O Governo Regional apostou ou arriscou num tubo de ensaio. Apostou ou arriscou que podia dar certo inovar, formando, num único estabelecimento de ensino, todas as nossas crianças e jovens, dos 4 meses ao 12.º ano. Apostou ou arriscou, para ver o que dava, logo no concelho onde em vez de priorizar a rentabilização de recursos, deveria o Governo Regional colaborar para a fixação de mais famílias.

Em vez de fazer experiências e apostas, o Governo Regional poderia e deveria, à semelhança do que fez, e bem, no concelho de São Vicente, criar estratégias que permitissem adiar ao máximo o encerramento dos estabelecimentos de ensino nas diversas freguesias do nosso concelho. Porque uma escola é um polo de vida e de dinamização de uma freguesia. Já o referi noutras oportunidades e continuo a pensar que o encerramento de uma escola, de um Serviço de Urgências, de qualquer serviço, fere a alma de uma localidade.

Entretanto, a Câmara Municipal de Porto Moniz, ao invés de apostar, investe, de forma clara e efetiva, na Educação das crianças e jovens do concelho: reembolsa a totalidade das mensalidades da Creche e Pré-Escolar, bem como as despesas com alimentação até ao 4.º ano de escolaridade; garante manuais e transporte escolar gratuitos a todos os alunos, do 1.º ao 12.º ano de escolaridade; reconhece o esforço dos alunos, através da atribuição de um prémio de mérito aos melhores alunos de cada nível de ensino; apoia, com uma bolsa de 1500 euros/ano, todos os estudantes universitários e reembolsa duas viagens aos estudantes deslocados; apoia no transporte os alunos que procuram oferta formativa inexistente no concelho e atribui um computador a cada aluno, do 1.º ao 12.º ano.

Era de facto importante que o Governo Regional também investisse na Educação a Norte, pois continuam a ser inexistentes soluções importantes, nomeadamente ao nível da formação de adultos (3.º Ciclo e Secundário) e dos percursos alternativos, na área profissionalizante, com cada vez mais procura por parte dos jovens. Não sou irrealista ao ponto de considerar que se deve pensar, para estes problemas, numa solução concelho a concelho, mas é inadmissível que, para concluir o 3.º Ciclo ou o Secundário, um munícipe do Porto Moniz ou de S. Vicente tenha de se deslocar, em horário pós-laboral, a Câmara de Lobos.

Teria sido interessante debater estes e outros assuntos aquando da visita do grupo parlamentar do PSD ao Porto Moniz, mas, a julgar pelas fotografias (e eu é que costumo ser apontado como adepto de fotos), a visita quis-se mais pacífica do que produtiva, mais para o retrato do que para o diagnóstico.

P.S: Será que o Governo Regional, e mais concretamente a Secretaria Regional da Educação, vão, no próximo ano letivo, fazer mais uma aposta e deixar o único estabelecimento de ensino do Porto Moniz apenas com uma Sala de Pré-Escolar ou vão manter as duas salas e investir numa educação de qualidade e na manutenção de postos de trabalho? Aceitam-se apostas!