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Artigo de Opinião

Comunicação - Assuntos da UE

9/08/2023 06:00

Achei que era tempo de fazer uma vistoria ao passado, liberar algum espaço para trazer mais 'quinquilharia' como a senhora minha mãe diz.

Por entre os diários de quando tinha 13 anos e os bilhetes das festas nas Vespas a que fui, encontrei um caderno. Lia-se ''Aprender Italiano''. Era o caderno de apontamentos da altura em que andava a estudar italiano. Queria saber como dizer 'onde fica a casa de banho?' ou 'queria uma pizza, por favor' na língua do país que estava prestes a acolher-me durante algum tempo. Estava prestes a embarcar na aventura Erasmus.

Itália foi aliás, o primeiro país que visitei. Agora vou nos 49 países visitados. E o bichinho das viagens começou com aquele Erasmus.

Dei por mim a revisitar os locais e as cidades que conheci em tempos, a recordar as aventuras que tive pelas ruas de vilas que já nem memória tenho dos nomes. Tudo parecia grande, gigante, para uma miúda que mal tinha saído da sua ilha.

Aquela aventura abriu os meus horizontes para uma nova língua, para um novo país, uma nova cultura e teve como resultado uma nova Patrícia. Uma antes e depois de Itália em 2010.

Agosto também é altura de candidaturas ao ensino superior. E é nessa fase que a minha irmã de 18 anos se encontra. Por entre as várias conversas que tive com ela sobre o curso a escolher, muito lhe falei sobre as vantagens de fazer Erasmus. Quero que ela sinta, através de mim, aquilo que ela poderá viver em breve também. Os amigos que irá fazer numa cidade ou país que ainda não conhece. Como terá de se desenrascar com um inglês arrastado. Como se sentirá com medo ou sozinha no início, mas depois terá as melhores memórias e histórias para contar. E acho que o bichinho pegou... Encontrei-a a ler sobre o programa Erasmus e pesquisar sobre acordos que a universidade que escolheu tem com outros países.

O programa "Erasmus" foi originalmente criado pela União Europeia em 1987. O objetivo era promover uma cooperação mais estreita entre universidades e instituições de ensino superior em toda a Europa.

Ao longo do tempo, o programa expandiu-se e é agora conhecido como "Erasmus+". Entre 2014 e 2020, o Erasmus+ deu a 3,7% dos jovens da UE a oportunidade de estudar, receber formação, fazer voluntariado ou adquirir experiência profissional no estrangeiro. O orçamento para o Erasmus+ foi de 3,37 mil milhões de euros em 2020.

Existem 33 países para os quais se pode candidatar no âmbito deste programa: os 27 da União Europeia mais a República da Macedónia do Norte, a Islândia, o Liechtenstein, a Noruega, a Sérvia e a Turquia.

Em 2020, 25.651 participantes em 469 projetos portugueses beneficiaram de mobilidade no ensino superior, no ensino e formação profissionais, no ensino escolar, na educação de adultos e na juventude, num montante total de subvenções de 50,49 milhões de euros. E em termos de estudantes universitários, o top três de países que receberam mais estudantes portugueses em 2020 foram Espanha, Polónia e Itália.

Erasmus é a oportunidade perfeita para desbravar a Europa e aproximar-nos dos diferentes países europeus. No fundo, muito mais é o que nos une, que aquilo que nos separa.

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