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Artigo de Opinião

Antropóloga / Investigadora

4/01/2021 08:00

Finalmente, terminou o ano 2020! Fica para a história como um ano memorável, mas não pelos melhores motivos. Tantos momentos difíceis que presenciámos: o coronovarivus, o confinamento, o recolher obrigatório, as greves e manifestações, os incêndios florestais, os temporais e enxurradas, os crimes ambientais, as desigualdades sociais... entre outros. Sim, foi um ano complicado, sendo estes alguns dos acontecimentos menos bons que acabaram por pesar no balanço de 2020.

Marcado com a entrada numa guerra inesperada que ainda não teve fim, encaminhou-nos para desafios que ninguém estava preparado, colocando-nos à prova.

No final, perguntamos: Que lição aprendemos? O que retiramos deste ano? O que desejamos para este novo ano?

Hoje, 2021, é do futuro que importa falar e pensar. O passado, bem recente, serve para apelar, para que naquilo que falhou em 2020, se demonstre como uma lição a reter na nossa aprendizagem sendo o momento de reinventarmos o futuro, com a nossa determinação e bravura. O ano 2021 poderá ser o ano dessa REINVENÇÃO, reinvenção essa que não é nada mais que a nossa maneira de pensar e agir. Aliás, reinvenção de todos os portugueses, que decidem pelo voto o destino de todos. Reinvenção da confiança dos portugueses pelo Governo, essencialmente, na sua segurança em todos os aspetos: a nível de saúde, a nível social, a nível económico. É ter a certeza de que nos momentos críticos, as missões sociais do Estado não falham nem se isentam das suas responsabilidades. Reinvenção com moderação, verdade, humildade e consistência, com o objetivo de alcançar por uma justiça social, por um combate à pobreza e correção das desigualdades.

A mensagem que oiço dias e dias, principalmente na época de Natal - época de amor e de família, feita este ano de dor pela saudade - foi uma só: esperança, ou seja, conversão das tragédias que vivemos em razão mobiladora de mudança para que não seja esta a recordação de um autêntico fracasso. Temos de afirmar, neste exigente combate coletivo, a mesma vontade de vencer que nos fez recusar a uma sociedade condenada ao atraso e à estagnação. Temos de superar o que de menor nos divide para afirmar o que de maior nos une. Temos de ser como fomos sempre ao longo da nossa história: nove séculos de existência nos instantes cruciais de grandes aventuras, de maiores desafios, nos grandes riscos e dificuldades, nas grandes catástrofes, nos marcos da nossa história: confiantes e esperançosos.

Nós sabemos que a resposta a estes tempos muito difíceis só pode ser uma: esperança. ACREDITAR, não se demitem de um direito que é vosso! Olhar para amanhã e para depois de amanhã e não apenas para hoje. Debater tudo com liberdade, mas não criar feridas desnecessárias e complicadas de sarar. Pensem como foi preciso tempo para se construir uma democracia e como apenas com um simples ato, é fácil destrui-la com arrogâncias intoleráveis, com promessas impossíveis, com apelos sem realismos, com radicalismos temporários, com riscos indesejáveis.

Um Ano empenhado com aquilo que queremos fazer para que amanhã seja melhor do que hoje, para 2021, no que de nós depender, seja melhor do que 2020. Um ano melhor em todos os aspetos, mas sobretudo no que toca à saúde, é o meu voto.

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