Ora, não é preciso sair de casa para perceber os efeitos da inflação nas nossas contas bancárias. Reflete-se na subida do custo dos bens alimentares assim como no aumento dos créditos de habitação por via da subida dos juros, na venda de habitações, nas rendas, nas contas da luz e do gás, nos combustíveis, nos materiais escolares, das faturas na restauração… até nas atividades de lazer.
Todos os bens e serviços relacionados com a energia e a alimentação são os que mais têm pesado nos nossos bolsos! Já para não falar do impacto indireto desta subida: no aumento dos custos de uma habitação, na redução da estabilidade social, na diminuição do emprego, da competitividade e crescimento económico e, ainda, no facto da inflação gerar ainda mais inflação!!!
Sim, a subida da inflação deve-se, sobretudo, à guerra na Ucrânia que veio pressionar ainda mais a subida dos preços dos materiais, dos combustíveis e dos alimentos; à escassez de matérias-primas e pela quebra das cadeias logísticas causadas pela pandemia, bem como pelo aumento dos preços da energia. A subida da inflação está relacionada igualmente com o excesso de liquidez provocada pelas injeções de capital e pelos programas de compra de divida levadas pelo Banco Central Europeu.
Esta subida generalizada de preços começa a ter um impacto direto no nosso dia a dia, ou melhor, nos rendimentos dos portugueses. Por consequência, o valor dos salários e dos rendimentos sofre um decréscimo.
Estamos à beira de um precipício. A situação atual exige medidas e apoios mais eficazes. Mais importante que um apoio de 125€ - apoio este dado uma única vez -, deveria estabelecer-se a fixação de preços máximos em bens essenciais e aumentar os salários e as pensões, sobretudo naqueles que perderam poder de compra este ano face a esta subida de inflação.
O problema não está apenas nos impostos, mas também nos grandes grupos económicos que aproveitam a situação para aumentar os preços. Enquanto engordam com os lucros, o povo empobrece.
O efeito mais notório de uma elevada inflação é, certamente, o empobrecimento do povo, e um aumento da sua dependência do estado.
A inflação veio para ficar, não é temporária como muitos alegam ser!
Os portugueses terão que apertar o cinto, pois vamos viver com dificuldades nos próximos anos. É altura para parar e pensar, refazer planos, repensar investimentos e financiamentos, reorganizar despesas. Em todos os extratos da sociedade, e principalmente naqueles que dependem de rendimentos fixos como os pensionistas.