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Artigo de Opinião

Cônsul Honorária de Cabo Verde na Madeira

6/11/2024 08:00

O recente lançamento das operações da Easyjet para Cabo Verde, com ligações diretas entre Lisboa, Porto e a ilha do Sal, é um exemplo claro da aposta no reforço da mobilidade nas regiões insulares do Atlântico Norte. Com preços acessíveis e seis voos semanais, esta nova rota facilita o acesso a Cabo Verde para viajantes europeus, cria mais oportunidades de deslocação, promovendo a integração e o desenvolvimento de ambos os arquipélagos no contexto atlântico.

No mundo globalizado em que vivemos, a conectividade e a mobilidade tornaram-se pilares essenciais para o desenvolvimento das regiões periféricas e insulares. A expansão das rotas aéreas entre estas regiões e o continente europeu representa uma mais-valia estratégica e socioeconómica de grande relevância, promovendo o intercâmbio cultural, o crescimento turístico e o desenvolvimento económico.

No entanto, para que todos possamos verdadeiramente beneficiar de todas as suas potencialidades, é fundamental reforçar a ligação interna entre os diferentes arquipélagos. A articulação entre os diversos atores regionais poderia, de facto, ter um efeito semelhante ao das companhias aéreas de baixo custo, mas com um foco especial no aumento das ligações internas. Uma rede transregional de mobilidade permitiria não apenas uma circulação mais ágil de pessoas e mercadorias, mas também contribuiria para o fortalecimento da coesão e da identidade da Macaronésia como um todo.

A mobilidade acessível, proporcionada por companhias low cost como a Easyjet, permite não só o aumento do fluxo turístico, essencial para a economia destas ilhas, mas também a promoção de intercâmbios culturais e comerciais.

A expansão da mobilidade aérea é, portanto, um catalisador para a integração destas regiões na economia global e um facilitador para o fortalecimento de laços históricos e culturais, essenciais para a coesão dos territórios atlânticos.

É assim, também neste contexto, crucial enfatizar a importância da continuidade da política de coesão da União Europeia. Esta tem sido um suporte vital no aprimoramento das infraestruturas e serviços nas regiões periféricas, promovendo a coesão territorial e social. Sem descurar o importantíssimo apoio dos governos regionais, sem o apoio contínuo da UE, corremos o risco de perder as conquistas alcançadas na mobilidade e na integração económica. O investimento em projetos de mobilidade e infraestrutura deve ser visto como uma prioridade, assegurando que a Macaronésia não apenas se liga ao continente europeu, mas também entre os seus próprios arquipélagos, criando uma rede coesa que beneficia todos os seus cidadãos.

Este exemplo da Easyjet é apenas um dos muitos passos necessários para consolidar o acesso às regiões insulares e promover o desenvolvimento das economias locais, reforçando a coesão atlântica. Compete às autoridades e às comunidades insulares continuar a incentivar este tipo de iniciativas, assegurando que a conectividade e a mobilidade se mantêm como um dos eixos fundamentais para o futuro das regiões da Macaronésia.

Em suma, a conectividade e a mobilidade são muito mais do que uma simples questão de transporte. Elas são o motor que impulsiona as ligações e o desenvolvimento nas regiões insulares.

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