A essência da frase que faz título tem sido muito usada, sobretudo ao nível de certa produção literária com propósito motivacional. Não é, de todo, esse o caminho que se procura neste texto.
Aqui, queremos olhar para trás o quanto baste e virar o foco para a frente. 2024 é passado. Vale a pena relembrar o que de bom ficou e seguir para 2025. O que foi mal feito não pode ser mudado e o que não tem remédio, remediado está.
2024 deve ficar guardado em dois compartimentos da memória: o das coisas boas, dos sucessos e das venturas alcançadas, que merecem ser repetidas e valorizadas; e o das coisas más, que apenas servem de exemplo a não repetir.
Agora, é 2025 que interessa.
E o ano que se inaugura na próxima semana revela desafios enormes. Será o ano em que se decide, outra vez, o nosso futuro coletivo com eleições regionais ainda por marcar. Aí vamos saber, outra vez, o que vale o poder e o que vale a oposição. Vamos saber quando voltaremos a ter Orçamento, quando voltará – se voltar – a estabilidade política e quando teremos governo – seja ele qual for – que aceite governar em vez de afrouxar ou amuar.
Mas teremos também eleições autárquicas lá para o último trimestre. E aí vamos ver como é que os eleitores avaliam o Poder Local, sobretudo num ano marcado pela eleição forçada de sete novos presidentes de Câmara e vários presidentes de Junta de Freguesia devido à limitação de mandatos.
E, mais à frente, na reta final do ano, teremos uma campanha que se prevê intensa para a eleição do novo Presidente da República, no início de 2026.
Por tudo isso e muito mais, não é determinante a forma como o próximo ano começa. O que importa é como vai acabar.
E há outras áreas que mexem com a vida dos cidadãos e que podem sentir mudanças ao longo do ano. Vale a pena recordar o turismo. Vamos continuar a manter os atuais níveis de atração de turistas? Vamos manter os rendimentos distribuídos pelas empresas do setor? Será possível insistir no crescimento desregrado do Alojamento Local, a superar já a tradicional hotelaria? E a restauração, como vai responder à falta de mão de obra?
São tudo questões que se colocam no início de um novo ano, mas cujas respostas carecem de tempo e de contextos que não dependem só da nossa vontade ou do empenho do setor.
Por tudo isso e muito mais, não é determinante a forma como o próximo ano começa. O que importa é como vai acabar.
Vejamos também a área da saúde. Será a Região capaz de apagar as listas de espera que nos atormentam há anos ou com a recorrente falta de medicamentos?
Terá o governo – seja ele qual for – tempo e legitimidade para garantir a continuidade de obras fundamentais no novo hospital da Madeira e na Unidade de Saúde do Porto Santo?
Vale também a pena recordar as tão prometidas como esquecidas políticas de longevidade ou mesmo as medidas para incentivar a natalidade.
O mesmo em relação aos projetos que pretendem facilitar o acesso constitucional à habitação.
Por tudo isso e muito mais, não é determinante a forma como o próximo ano começa. O que importa é como vai acabar.
Estes e muitos outros exemplos ajudam a lembrar que de pouco nos serve encarar o início do ano como a linha que vai acabar com tudo o que vem de trás e começar imediatamente tudo de novo.
Isso é o mesmo que pensar que uma qualquer dieta vai ter resultados na semana seguinte. Que todo o tratamento vai ter efeitos após a nova medicação. Que todas as dificuldades identificadas passam imediatamente a oportunidades.
Não é assim que funciona. As dietas, os tratamentos e as oportunidades carecem de espaço para resultar. É preciso dar tempo ao tempo. E 2025 tem o tempo certo de um ano inteiro por se cumprir.
Bom ano!