Também, e sendo honesto, ‘isto’ por vezes não tem muitas ‘notas soltas’... Na maioria dos casos acaba por ser os devaneios de quem escreve, logo talvez o nome mais apropriado para este cantinho seria "devaneios", ou algo dentro desse género, como "reflexões" - este talvez seja demasiado filosófico e um pouco parvo, dentro do género daqueles escritores portugueses famosos aos quais tenho uma ligeira implicância, os leitores mais frequentes deste espaço sabem a quem me refiro.
Mas já adiantei demasiado neste devaneio de tentar arranjar um nome para este espaço e ainda não comecei nas ‘notas soltas’; isto de escrever uma vez por mês dá menos trabalho, mas deixamos passar tanta coisa…
Emergência climática
Ainda temos líderes de países, e candidatos a isso, que continuam a negar as alterações climáticas, que é o mesmo que dizer, negam os dados científicos apresentados. Por cá, tirando um, ou outro líder partidário que diz que podemos adiar a agenda climática, não temos muitos negacionistas.
Entretanto, passou menos de um mês e o país ardia profundamente, várias zonas de Portugal estavam, e ainda estão, em seca extrema, nada de anormal e a agenda climática pode ser adiada. Mas, cuidado, neste início de semana o IPMA já veio alertar para o perigo de cheias rápidas, por causa da depressão Danielle.
Tudo normal neste planeta, em que em menos de um mês passamos de seca extrema para o perigo de cheias.
A rainha morreu
Não, não foi a Beyonce, ou a Taylor Swift, não se assuste… É bonito ver as homenagens prestadas por grande parte do mundo ocidental à Rainha Elizabeth - desculpe o leitor, mas não vou fazer a tradução do nome. Nós temos sempre a tendência para vangloriar os mortos e "esquecermo-nos" dos momentos menos bons, digamos.
Não é por acaso que cá em Portugal ainda nomeamos Salazar como o maior português e homenageamos alguém que completou 100 anos, em que durante esse tempo de vida uma das suas maiores obras foi o embelezamento de Campo de Concentração do Tarrafal para Campo de Trabalho de Chão Bom.
A Capa
A capa polémica de um jornal (?) nacional fez o que devia: chamar à atenção da normalização da violência em Portugal. Numa capa que pôs os artistas que participavam numa festa partidária, o Chão da Lagoa do Partido Comunista Português, com manchas de sangue e com a letra Z na pele, incentivando à violência aos mesmos.
Como é óbvio, depois de termos um partido, numa festa do mesmo, com fotografias de políticos em alvos de setas, a capa acaba por ser só mais um dia.
Guerra Civil
Chegamos ao ponto onde não queria chegar… O clima de guerra civil que se viveu - espero bem que o uso do tempo do verbo viver tenha sido o adequado - no Marítimo. De um lado o presidente do clube, do outro os administradores da SAD, nomeados por aquele. Os culpados por aquilo que irá ser conhecido como o "verão quente verde-rubro", são os dois, espante-se. No desporto se a bola entra não há problema, a bola não entra os culpados são quem não planeou ou quem não interveio mais cedo para mudar alguma coisa, mas por vezes é preciso estabilidade para a bola entrar, entra aqui o outro culpado, que não conseguiu dar a mesma.
A verdade é que o Marítimo esteve durante muito tempo doente, em que o que importava mais era sistematicamente afastado, e agora estamos na fase de cura dessa doença. O problema é que às vezes o tratamento é mais doloroso que a doença em si, e leva o seu tempo. Quando começamos o tratamento acreditamos que será uma coisa rápida e sem dor, mas muitas vezes não o é. E o Marítimo está neste ponto. De um tratamento doloroso e longo.
Eduardo Azevedo escreve à terça-feira, de 4 em 4 semanas