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Artigo de Opinião

3/12/2024 06:00

1. A MONTANHA PARIU UM FERIADO, sim, não foi um rato, foi mesmo feriado. O Parlamento da Madeira acabou de instituir um novo feriado na Região Autónoma da Madeira, a 2 de Abril, intitulado Dia da Autonomia. A medida foi anunciada, no dia 21 de Novembro, pelo presidente da Comissão para as Comemorações dos 50 anos da Autonomia, Cunha e Silva, e na semana seguinte, já estava a ser votada e subscrita por todos os partidos na Assembleia Legislativa da Madeira. A proposta foi discutida e aprovada à velocidade cruzeiro, não fosse o governo cair antes da sua aprovação. Nem sequer pela passou pela respectiva Comissão Parlamentar. Mais um mistério do Regimento, no qual, só os juristas do parlamento madeirense encontram cabimento, à semelhança do adiamento da moção de censura do Chega. Desta vez, nenhum partido rasgou as vestes por isso. Parece que a única forma de haver consenso no Parlamento é atribuindo feriados. Porque será?! Estão todos a fazer contas à vida na iminência de eleições!

2. DESCUBRA AS DIFERENÇAS.

Alguém vai ter de me fazer um desenho para explicar a diferença entre o feriado do dia 1 de Julho, Dia da Região e o feriado do dia 2 de Abril, Dia da Autonomia. Segundo a proposta, a 1 de julho comemora-se a data que evoca a descoberta da ilha da Madeira e a 2 de abril pretendem assinalar a conquista da autonomia. Tudo isto seria aceitável não fosse, o dia da Região, ter sido, até à data, para celebrar não só a descoberta da Ilha da Madeira, como também, a conquista da autonomia. Um autêntico milagre da multiplicação – de um feriado, fez-se dois. Com jeitinho ainda dá para repartir para um terceiro feriado, já que no dia 1 de Julho também se comemora as comunidades madeirenses. É o que se chama: “fazer render o peixe”.

3. MANOBRA DE DIVERSÃO. A Comissão para as Comemorações dos 50 anos da Autonomia foi criada há cerca de um ano e curiosamente a única conclusão a que chegaram foi a da criação de um novo feriado regional. Este desfecho reflete bem aquele que é objeto prático da autonomia regional, a manutenção do poder. Podem fazer discursos eloquentes sobre o aprofundamento do processo autonómico e do contencioso com a República, mas a verdade é que a autonomia é a ferramenta que permitiu ao poder regional, se eternizar no poder. Com o poder político e o aparelho público, completamente, carcomido pela corrupção e em risco de se desmoronar, a velhinha, mas eficiente política do Pão e do Circo vem sempre a calhar para comprar a população e desviar a sua atenção. Para que tenhamos noção, o Império Romano chegou a ter um calendário com 175 feriados por ano, tudo para festas e celebrações. Pelo andar da carruagem nós para lá caminhamos.

4. O FERIADO DO BURACO DA MADEIRA. Se Cunha e Silva com a criação deste feriado, pretendia cair nas graças do povo madeirense, o ideal era ter concebido o feriado em honra do “buraco da Madeira”. Esta podia ser a sua redenção pela bancarrota da Região e o grande prémio de consolação pela dívida escondida. 6 mil milhões de dívida merece um feriado, uma estátua e quiçá a Presidência da Assembleia Legislativa da Madeira.

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