Tudo graças ao sucesso da reunião entre António Costa, o presidente francês Emmanuel Macron e o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sanchéz.
O tema era o da crise energética na Europa e as ligações da Península Ibérica com França para o transporte de energia.
Depois da reunião mantida em Bruxelas, o primeiro-ministro de Portugal não cabia em si de contente, ao dar conta do acordo a que haviam chegado. O gasoduto novo que atravessará os Pirinéus, para transporte de gás e, no futuro, de hidrogénio verde, será construído.
Vamos ajudar a reduzir a dependência do fornecimento russo!
O PSD, pela voz do seu vice-presidente Paulo Rangel, criticou o embandeirar em arco feito pelo Governo e questionou a escassa informação que se tem sobre o que foi acordado.
Solicitou os termos do acordo e uma avaliação técnica sobre as suas consequências.
O primeiro-ministro atacou logo, no seu comentário a esta crítica, dizendo estar perplexo e sobre Paulo Rangel que "ele não sabe nada sobre energia, ele ignora totalmente o que tenha a ver com este acordo".
É curioso que António Costa atirou logo com o rótulo de ignorante na matéria para cima de quem pelo PSD criticou a falta de informação sobre o tema, pediu elementos e lançou questões.
Ao invés, quando no dia seguinte, em Dublin, o especialista em energia, gasodutos, gás natural e hidrogénio verde, de seu nome Marcelo Rebelo de Sousa, resolveu botar palavra sobre o tema, António Costa não atirou com a crítica de que Marcelo não percebia nada de energia.
Porque será? Porque Marcelo, profundo conhecedor do tema e analista qualificado, para avaliar entre diferentes opções de gasodutos e variantes de transformação de infraestruturas para futuras valências no transporte de hidrogénio, disse que o acordo era positivo!
Disse o conhecedor, que "Foi um acordo para a Europa, que beneficia toda ela com este acordo, muito importante para Portugal e Espanha, que o defendiam há muito tempo, muito importante para a França, que introduziu o hidrogénio verde, que quer Portugal quer a Espanha já tinham dito que era uma prioridade".
Ora, uma vez mais a Presidência da República à deriva volta a falar sobre coisas que não sabe nem domina, só para jogar "coisas" para o ar, sem consistência ou fundamento.
Basta ouvir o que alguns dos especialistas em Portugal dizem, sobre os cenários em presença e as dúvidas que levantam, quer quanto ao sentido desta construção, quer aos custos exorbitantes em que seria necessário incorrer para uma futura adaptação do gasoduto para o transporte de hidrogénio, para se perceber que o tema é mais complexo do que nos querem convencer que é.
Mas para Marcelo é tudo ótimo. Como disse "às vezes é preciso fazer omeletes sem ovos"!