Infelizmente, na Madeira, o património e a paisagem urgem ser (mais) respeitados, protegidos e valorizados. A adulteração de elementos construtivos característicos, a construção de edifícios desproporcionais e dissonantes em áreas de relevância histórica e a modificação de paisagens naturais e culturais diminuem a autenticidade da região.
Reconhece-se que o turismo pode ter um impacto positivo num território, mas também pode ter um impacto negativo na paisagem e no património se não for gerido de forma sustentável. O turismo em massa pode levar à degradação da paisagem, à destruição de edifícios históricos e monumentos, entre outros problemas. Por isso, é fundamental que a indústria do turismo adote uma abordagem sustentável, que respeite a integridade dos recursos naturais e culturais.
É fundamental relembrar que o património e a paisagem não existem apenas para atender às procuras dos turistas. Esses recursos são essenciais para o turismo dado que são parte integrante da história e da cultura local e, como tal, devem ser considerados um fim em si mesmos e preservados para as futuras gerações. A transitoriedade do turismo, não deve comprometer a integridade desses recursos, sendo essencial garantir que sejam geridos de forma sustentável. A diversificação do turismo pode contribuir para a valorização do património e para a sustentabilidade do setor, reduzindo a dependência exclusiva de um típico turismo de paisagem.
A salvaguarda da paisagem e do património é uma responsabilidade de todos. Governos, empresários e residentes locais devem trabalhar em conjunto para garantir a proteção desses recursos. Há todo um processo de educação patrimonial e de consciencialização da população local sobre a importância do património cultural e a sua preservação que está por fazer e que é fundamental.
A preservação e valorização da paisagem e património da Madeira poderá assentar numa estratégia integrada, que considere a sustentabilidade ambiental, social e económica. O desenvolvimento de planos de gestão integrada do património cultural e natural, que envolvam a comunidade local e sejam baseados em princípios de sustentabilidade; o restauro e conservação de monumentos e edifícios inventariados utilizando técnicas tradicionais e materiais locais, a promoção da valorização da arquitetura e do património cultural local; a criação de roteiros culturais diversos que promovam a cultura e a história da região, e que sejam geridos de forma sustentável; o investimento em programas de educação patrimonial para a população local, promovendo a consciencialização sobre a importância do património cultural e sua preservação, são algumas das medidas que poderiam equilibrar o património, a paisagem e o turista.