LGBTQIA+: cada letra ou símbolo representam pessoas. Cada uma dessas pessoas fez um grande percurso até se identificar com uma letra ou símbolo LGBTQIA+. Até ao século passado, estas pessoas eram pecadoras ou doentes. É obrigatório ter orgulho destas pessoas. Alguém consegue explicar a razão da atração que sente por uma pessoa? Ainda nenhum estudo explicou este facto: o amor, de certeza, é algo que ninguém consegue controlar.
Este é o mês do orgulho LGBTQIA+. A 28 de junho de 1969, houve uma rebelião, em Nova Iorque. A rebelião surge após a abertura de um bar que permitia a população LGBTQIA+ beber álcool e divertir-se. Este existiu para contrariar uma regulamentação estadual, que proibia os homossexuais de consumirem bebidas alcoólicas. Após a abertura, começaram as agressões e as detenções da polícia para com os frequentadores do bar. Eram agressões frequentes. Num dos dias que a polícia voltou ao bar, com o intuito de o destruir, enquanto tentava deter alguém, cerca de 2.000 pessoas reuniram-se em frente ao bar. Essas pessoas deram as mãos e gritaram frases como: “poder gay”, “queremos liberdade agora” e “Christopher Street pertence às rainhas”. Assim, fez-se a rebelião do Orgulho. Durante 6 dias, estas pessoas manifestaram-se e fizeram história. Um ano depois, na mesma data, milhares de pessoas voltaram a Greenwich Village, para a primeira marcha do Dia da Libertação, na Rua Christopher. Ter orgulho é poder ser!
Era o início do evento anual que evoluiu para o que conhecemos hoje como “Marchas de Orgulho LGBTQIA+”. Estas marchas, feitas com muita festa, deram a volta ao mundo. No Funchal, este ano, será em setembro.
Hoje, ainda existem onze países, que prendem e matam pessoas LGBTQIA+. É preciso manter as marchas! É no orgulho, que se conquista a liberdade. Pelas vítimas, é preciso continuar.
A lei portuguesa é inclusiva e não discrimina. E os portugueses?
O orgulho existe e é aplaudido, em muitas situações, sem ser apontado ou discriminado: Orgulho no clube, no país (estamos no Europeu de futebol), no partido político, na religião e outros. Então, porque incomoda tanto o Orgulho LGBTQIA+?
“Façam dentro de casa, não é preciso fazerem na rua.”; “Sou antigo!”; “Deus me livre!”; “O meu filho pode ser tudo, menos maricas.”; “Foi educado assim!” “Vão acabar com a espécie humana”.
Estes comentários fazem-me lembrar aquelas “pedras” que não sofreram erosão, porque estão escondidas em grandes montanhas. Uma “pedra” exposta ao meio, sofre erosão e vai mudando e alterando a sua forma. Porquê que isso não acontece com alguns de nós?
Todas estas frases, repetidas sem conta nas redes e na vida, manifestaram ignorância. Por exemplo: ter um filho homossexual não implica que esse filho não nos possa dar netos. A homossexualidade não é sinónimo de infertilidade.
É verdade que a educação que tivemos influencia o nosso modo de ver as coisas. E a exposição ao ambiente?
Uma coisa é certa: nenhuma das pessoas representadas pelas letras, está sozinha. O Orgulho existe!
“Esta construção social do que um homem deve ser, do que uma mulher deve ser, é altamente inibidora. Leva-nos, por vezes, a desperdiçar anos da nossa vida a tentarmos ser uma coisa que não somos, na verdade.” Diogo Infante
“Os homens gay e trans estão muito mais avançados na desconstrução da masculinidade. Já tiveram capacidade de vir gritar e permitirem saber quem são. Falta os homens hétero fazerem isto. Não é uma questão de homens gay ou hétero. É de todos” Gabriela Moita