Não vou alongar demasiada esta apreciação, mas salientar o seguinte: Por exemplo se o tema de fundo for a Inflação naturalmente que é de certo modo difícil de, em poucos minutos, ir à raiz deste complexo fenómeno económico e em português fluente explicá-lo. É preciso ser um bom professor para que esta conversa seja bem percebida sobretudo pelo povo. Vossas Excelências que me desculpem, mas tenho muita dificuldade em entender quando utilizam nestas explicações, termos como: salários; juros; energia; o IRS; produtividade; corrupção e outros tanto termos da economia em geral, todos à mistura que uma pessoa acaba por não entender o que vem a ser a inflação.
Mas o assunto torna-se mais complicado quando procuram quantificar não só com números reais, mas com percentagens e neste caso, temos espetáculo. Por uma questão de prestígio e de qualidade seria muito promissor que as administrações das TVs convidassem, para comentários, pessoas altamente especializadas e abalizadas por exemplo, professores do ensino superior e ou investigadores dos laboratórios de fabricantes, mas não, uns quaisquer que mais não dão, do que um triste espetáculo e isto porque essas aparições na TV, tem por fim "toda a gente sabe", o protagonismo pessoal. Esta evolução acelerada da tecnologia vem a pouco e pouca abrindo diferentes variantes (pequenas tecnologias) como por exemplo a I. A. que também e como já "toda a gente sabe" tem por célula principal o algoritmo, por conseguinte, as matemáticas. Como as matemáticas são a ciência da certeza e do rigor, e até prova em contrário - que apareça outra mais rigorosa que a matemática, então, esta prevalece.
Não queremos com isto dizer que os futuros senhores comentadores tenham que auscultar a I. A. não, apenas complementando a vossa respeitosa sabedoria profissional com o que de novo da I. A. possa acrescentar e assim temos um caminhar para uma cultura bem mais rica do que a atrasada e mítica sabedoria portuguesa que continua a minar muitos sectores sociais, económicos e outros deste Portugal que permanece muito aquém das culturas europeias. Toda a transmissão televisiva devia ser uma grande escola e não é.
Bem sabemos que os interesses comerciais prevalecem e estas empresas não podem sequer abdicar da vocação para a qual se constituíram, mas não quer dizer que numa estratégia mais afiada não venham a conciliar as referidas vertentes: a cultural de elevado nível e a comercial que já é aceitável. Os "tempos" estão a mudar!!! e sobre isto não comentamos na expectativa de que os nossos filhos e netos venham a beneficiar de ambientes bem melhores do que os da minha geração que, aos vinte anos de idade, fomos parar à guerra colonial, cujos traumas, em muitas famílias portuguesas, ainda permanecem. Voltando ao tema de abertura deixamos aos responsáveis deste país - se é que os há, esperamos que sim, estejam determinados a melhorar a cultura me geral, com uma estratégia tal que as TVs criem o interesse pelo conhecimento e aqui incluímos as tecnologias para um melhor entendimento da vida humana.
Ao pedirmos um Portugal mais evoluído, temos plena consciência das "armadilhas" que possam estar pelo caminho, mas como "aprendi" na referida guerra colonial, há que progredir com o detetor de minas e fazê-las rebentar com a devida segurança. Se a estratégia for bem montada, os seus organizadores, encontrarão o sucesso esperado.