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Artigo de Opinião

27/08/2021 08:01

Isto é tão assim que os emigrantes, quando chamados a participar politicamente, sempre se reviram muito mais na social-democracia do que em qualquer outra ideologia política.

Mas esta é uma proximidade genuína, de afeto e reconhecimento. E os emigrantes sabem-no, mesmo que tenham uma ou outra crítica a fazer.

Mas, se por um lado o PSD-M sempre valorizou as comunidades na Diáspora, a verdade é que também reconhece a importância daqueles que pretendem fazer vida entre nós. Alguns exemplos: a forma desassombrada como Miguel Albuquerque assumiu o acolhimento de refugiados em 2016 (sendo alvo de uma campanha infame e quase nazi perpetrada por alguma oposição, fazendo despertar alguns sentimentos xenófobos numa população com tradição no acolhimento e no respeito pela diversidade cultural) e como voltou a fazê-lo ainda na semana passada, relativamente à possibilidade de acolhimento de refugiados do Afeganistão; o acolhimento e todas as medidas de integração que foram adotadas pelo Governo Regional da Madeira para com os regressados e luso-descendentes provenientes da Venezuela. Estes exemplos revelam bem que o acolhimento faz parte do ADN da social-democracia.

Percebendo esta empatia que existe entre o PSD-M e as comunidades migrantes, subitamente a partir de 2019, e apesar de nunca na sua história ter mostrado qualquer tipo de simpatia, o PS-M começou a azafamar-se na insinuação a estas comunidades, especialmente à luso-venezuelana. Uma comunidade para a qual não criaram uma medida que fosse que facilitasse a sua integração, apesar de serem poder nalguns municípios. E vemo-los fazerem-no porque estão convencidos que daqui podem obter benefícios eleitorais. É vê-los a pagar jantaradas; a organizar festinhas; a elucubrar retóricas pró-integração, sem qualquer tipo de ação que as sustente (antes pelo contrário: veja-se a sua subjugação a Lisboa, no que toca à iniquidade do Programa Regressar); a recrutarem entre os mercenários que desertaram porque não conseguiram as prebendas e favores pessoais que antecipavam obter quando se aproximaram do PSD-M. Mas o PS fá-lo porque vê nas comunidades migrantes um instrumento eleitoral, fá-lo para aproveitamento político, fá-lo porque, para eles, as comunidades são apenas mais um veículo para o assalto ao poder.

A diferença é notória: Pedro Calado levou para a sua equipa de vereação uma luso-venezuelana regressada há 4 anos e quase todas as candidaturas do PSD-M às juntas de freguesias integram candidatos migrantes (luso-venezuelanos e de outras proveniências). E isto acontece porque o PSD-M continua a querer dar palco e voz aos migrantes; dar-lhes oportunidade de participação na vida coletiva para bem de toda a comunidade madeirense; porque entende genuinamente que devem ser eles os seus próprios representantes.

Estas são diferenças marcantes entre o PSD-M e o PS-M, no que toca à forma como olham para as migrações: uns estão de braços abertos e desenvolvem políticas de acolhimento e integração e outros andam meramente à caça do voto de uma percentagem da população para a qual nunca ligaram a mínima. Que não o esqueçamos, no dia 26 de setembro!

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