MADEIRA Meteorologia

Artigo de Opinião

Bispo Emérito do Funchal

25/02/2024 08:00

Uma das maiores afirmações de Jesus foi dizer:” Eu estou convosco atá ao fim dos tempos”. O Senhor Jesus disse sempre a verdade, era honesto na sua vida, mentalmente era equilibrado, ninguém duvidava do seu poder e talento, ninguém se revoltou quando fez esta afirmação de sobrevivência. Mas o Senhor vive de facto entre nós? como vive? Onde vive?

Jesus passou pela Palestina há pouco mais de dois séculos, o suficiente para cobrir de pó e esquecimento qualquer pessoa, mesmo as mais amadas e necessárias para uma sociedade ser feliz. Hoje, milhões e milhões de pessoas continuam a acreditar e afirmar que vive ressuscitado entre nós. Este é o centro do autêntico cristianismo. Acreditamos que existem testemunhas autênticas desta presença de Cristo entre nós?

Hoje não valem muito explicações teóricas, já não estamos no tempo das ideologias abstratas, hoje procuram-se realidades. Se o Senhor Jesus está presente como ele prometeu, queremos vê-lo e tocá-lo, muitos são os seguidores de São Tomé: “se não vir com os meus olhos, se não meter o dedo no lugar dos cravos e a mão direita na ferida do seu lado, não acredito em vós que me dizei tê-lo visto”, Jesus não louvou Tomé, mas obrigou-o a fazer o que tinha prometido, e louvou os que não viram, mas acreditaram, devidos aos sinais que permanecem para todos os tempos.

Vou apresentar pedaços de vida que são testemunhas do ressuscitado.

Há muitos homens e mulheres que deixam transparecer na sua vida a Cristo, por vezes até sem o saberem. Todos aqueles que amam como Jesus Cristo, são sinais de Jesus Cristo. Estas testemunhas existem, mas devido à poeira que entrou em muitos olhos, não se distingue a figura divina e amável do Senhor. É uma grande graça a descoberta das testemunhas de Jesus nas circunstâncias do nosso viver de cada dia, a mãe sacrificada e amável que educa os filhos; a mulher que cuida com amor um filho deficiente, ou o marido carrancudo e austero; os homens honrados que cumprem os seus deveres para com a sua família e se alegram ser rodeados de vários filhos, embora exijam muita dedicação e trabalho, principalmente quando têm febre, doenças, e até a morte; os jovens que estudam diligentemente e se preparam para construir um mundo melhor, mais honrado, educado e pacífico.

Se agora, há dificuldade em descobrir estas testemunhas, o mesmo aconteceu na Palestina de alguns que se encontraram com a figura humana e divina de Jesus e passaram ao lado, como o Judas da aldeia de Kariot que desejava um Messias guerreiro, para expulsar da sua terra os soldados e centuriões romanos. A dificuldade é sempre a mesma, não faltaram sinais para seguir o Mestre da Galileia: Ele mudou a água em vinho numa festa de casamento porque os jovens casados estavam aflitos e Maria Mãe de Jesus convida o Filho a resolver o problema; no lago de Tiberíades ele resolve a angústia dos pescadores que durante uma noite nada pescaram e com uma palavra a rede correu o risco de romper-se com tanto peixe; em Caná, e Cafarnaum curou uma multidão de doentes; na aldeia de Naim consola a viúva que ia a enterrar o único filho, restituindo-lhe a vida; em Betânia ressuscitou o amigo Lázaro, morto há quatro dias; em Cafarnaum, num grande discurso sobre o pão caído do céu, anunciou que os que acreditassem n’Ele os ressuscitaria no último dia. Jesus criou o pão, criou os alimentos,

criou a vida, basta-lhe uma só palavra para manifestar o seu puder divino, no mar da Galileia andou sobre as ondas e acalmou uma tempestade, no Cenáculo diz ao pão: Isto é o meu corpo, e ao vinho isto é meu sangue, e o pão tornou-se o seu corpo e o vinho o seu sangue.

O problema é sempre o mesmo, quem rompe as relações com o seu próximo não pode encontrar Cristo nem as suas testemunhas. Desta maneira Jesus Cristo continua a ser um problema, diversas testemunhas vão passar diante de nós, muitos selaram o seu compromisso com o seu próprio sangue. Assim aconteceu com Pedro, o pescador do mar da Galileia, com Paulo, o perseguidor dos cristãos, com Mateus, com o dinheiro público, com Marcos o sobrinho de Barnabé, com Lucas o homem da cultura e da ciência, com Tiago Menor o taumaturgo da Madeira, com João Evangelista, o exilado de Patmos, com os primeiros cristãos e com os cristãos de nossos dias. O que escrevo todos os domingos, é uma tentativa para que encontreis Cristo e as suas testemunhas.

OPINIÃO EM DESTAQUE

88.8 RJM Rádio Jornal da Madeira RÁDIO 88.8 RJM MADEIRA

Ligue-se às Redes RJM 88.8FM

Emissão Online

Em direto

Ouvir Agora
INQUÉRITO / SONDAGEM

Concorda com a introdução de um novo feriado a 2 de Abril do Dia da Autonomia?

Enviar Resultados

Mais Lidas

Últimas