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Artigo de Opinião

5/04/2024 08:00

Seis meses se passaram desde as últimas eleições regionais 2023. Trinta e duas sessões plenárias com várias interrupções, maioritariamente por força das circunstâncias. Uma crise política regional e seguidamente Eleições Legislativas Nacionais antecipadas.

Vamos em abril e ainda faltam dois processos eleitorais, Regionais antecipadas e Europeias. A política passa pela tomada séria e consciente de decisões, na maioria das vezes sobre momentos tumultuosos e de muita pressão, à leitura, análise e pesquisa de tópicos relativos aos diplomas e a criação dos mesmos. Acresce ainda a negociação e diálogo constantes para chegar a entendimentos, a influência em coisas pequenas, mas práticas e significativas, a resposta às pessoas e às situações. Para um partido como o PAN, que surge com uma equipa jovem, sem experiência prévia nesta matéria, foi um grande desafio, mas que conseguimos em equipa ultrapassar. Somos um grupo de pessoas de diferentes áreas que por amor à camisola aceitaram o desafio e quisemos pôr mão na massa para fazer a mudança. Jovens que se assumem como tal, com total liberdade, no espírito, no discurso mesmo que com a inexperiência e alguma ingenuidade, que faz parte da juventude, mas acima de tudo com uma vontade enorme de fazer. Ser-se prático, objetivo e focado em trabalhar para soluções é o que mais faz falta na política de hoje.

Somos também parte do grupo de cidadãos/as que estava cansado da política, frustrado com o dito regime, revoltado com as injustiças sociais, mas que em vez de nos limitarmos a ver, a comentar, a julgar, tivemos a audácia de dar a cara e lutar pelo que acreditamos, mesmo com todo o jogo mesquinho e sujo a que a política nos habituou. E entramos no jogo sem ter que jogar sobre as mesmas regras. Enquanto uns partidos se acham “anti-sistema”, mas não passam de mais uns a dizer mal, o PAN foi o voto que por diversas vezes fez a diferença porque não se deixou cair no círculo vicioso do bota-abaixo. Há outros que por aí proclamam, com o seu falso moralismo e uma grande falta de noção, que votar nos partidos pequenos é o mesmo que votar no PSD ou perpetuar um mesmo governo, mas esquecem-se que também eles já precisaram dos partidos pequenos para ter hipóteses de governar, inclusive, só não foram alternativa em 2019 porque não tiveram o apoio dos pequenos.

E vou mais longe, basta olhar para o exemplo atual da República, para perceber que os grandes também se juntam, foi essa a ambição de Ventura e foi a isso que obrigou Pedro Nuno Santos. Há algum tempo que digo que a era das maiorias absolutas terminou, e ainda bem, isso é que é a verdadeira democracia e o futuro passa por acordos ou pelo menos, por entendimentos e o desafio destas eleições é as pessoas escolherem que partidos querem que tenha essa influência e que avaliando o trabalho tem essa capacidade. Porque entendimentos implica conversar com quem pensa diferente, justificar as nossas ideias e chegar a consensos, tendo que haver cedências, umas vezes de um lado, outras de outro, sempre com consciência que o lado certo é o lado das pessoas.

Para o PAN nunca se tratou de apoiar A ou B, de perpetuar X ou Y, tratou-se de levar as medidas PAN para a agenda política, de contemplá-las no orçamento e de termos voz e visibilidade para dar mais força ao que defendemos. E ter a força de fazer e ser diferente. Isto é ser fora da caixa, diferente, estar à margem do sistema que se instaurou e apoderou da política e que não vem só da direita como também da esquerda.

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