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Artigo de Opinião

Vice-presidente da ALRAM

10/09/2024 06:00

Para o tão rápido desenvolvimento da Madeira e Porto Santo, que começa, não o esqueçamos, com o advento da Autonomia, contribuíram também múltiplos fatores, entre os quais e tendo mesmo fundamental, foi, evidentemente, a vontade e trabalho do nosso povo. Mas, de modo algum, se pode minimizar a importância do valor da estabilidade na governação, bem como a liderança e visão dos presidentes do Governo Regional e respectivas equipas de governantes, a que se junta uma população unida em torno de um partido, o PSD, para o progresso que todos podem hoje constatar e que, até, não tenhamos dúvidas, causa muita inveja de outras regiões e zonas do país, basta ouvir e ver o que dizem quando vêm à Região.

Esta basilar estabilidade, que alguns teimam em desvalorizar e pôr em causa, é a trave-mestra que possibilita a definição de um rumo e a projeção de metas ambiciosas para o nosso futuro coletivo.

Basta estar atento às políticas públicas, nas mais diversas áreas, que contribuíram para que a Região continue a apresentar indicadores de excelência, dando como o exemplo a mais baixa taxa de desemprego do País, que se cifrou nos 6,1% no primeiro trimestre deste ano, ou as receitas recorde do setor tecnológico, superiores aos 600 milhões de euros em 2022.

O ano de 2024 tem sido um ano particularmente atípico e, sem dúvida difícil, para a nossa Região. Atípico porque a estabilidade a que estávamos habituados foi posta em causa por um conjunto de pessoas e de partidos políticos que, atendendo às suas atitudes e acções, movidas por ambições pessoais e vontade de poder, sem se preocuparem com os meios para atingir os fins, não podem querer o melhor para a Região não podem querer o bem-estar dos madeirenses e porto-santenses.

Passamos mais de metade deste ano sem um orçamento, o que veio colocar em risco um amplo leque de investimentos estruturantes na Região.

Olhamos para a posição de certos partidos com assento, na Assembleia Legislativa da Madeira, e ficamos perplexos como é que os mesmos votam contra um orçamento que qualquer madeirense e porto-santenses clamava pela sua aprovação.

Mais estranho ainda é a posição daqueles que, mesmo sem ter visto o orçamento, sem sequer ter lido uma única linha do que dele constava, já anunciavam aos sete ventos o voto contra. Quem beneficiaria com o chumbo do orçamento? Certamente nunca a nossa economia, nunca as nossas empresas, nunca o Sistema Regional de Saúde, os madeirenses e porto-santenses, nunca as nossas famílias, nunca as instituições que tanto trabalho fazem em prol dos outros e que necessitam do ORAM, isto na área social, mas não só.

Esses partidos, que dizem erradamente que governar em gestão, sem orçamento, é igual a governar na plenitude de funções e com um orçamento aprovado, são os mesmos que insistem numa estratégia que procura desestabilizar a governação regional, não respeitando os resultados expressos nas urnas pelos eleitores, havendo até um desses mesmos partidos, que tendo sido o terceiro nas urnas, queria à força governar a Madeira.

Espanta-me, no entanto, que este tipo de comportamentos tenha reflexo em pessoas que, após uma eleição interna democrática no PSD Madeira, também optam pela política da terra queimada, do vale-tudo, do ataque grosseiro, não olhando a meios para atingir fins, mas sobretudo não respeitando aquilo que é mais sagrado em qualquer democracia: o voto.

A crítica, é sempre expectável, até mesmo saudável, especialmente quando feita nos locais próprios, com elevação e sentido de responsabilidade. Mas a crítica não é destruição. E o que temos observado, com alguma incredulidade, são sistemáticas tentativas de destruição de quem não quer construir, não quer ajudar, e pretende proliferar na imensidão do nada, dos lugares-comuns da política e na demagogia própria de quem não tem ideias para o futuro da nossa terra.

Numa altura em que principia uma nova sessão legislativa no parlamento madeirense, a casa de Autonomia, é tempo de se garantir, de uma vez por todas, que o mandato que os órgãos de governo próprio, que tomaram posse a 6 de junho, possam desempenhar as funções para as quais foram eleitos com uma base de estabilidade, sempre em prol da causa que a todos nos une: o progresso da Madeira.

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