Foi precisamente há uma semana que o Presidente da República Portuguesa convidou para jantar um conjunto de jornalistas estrangeiros acreditados no país.
Como estávamos nas vésperas dos 50 anos do 25 de abril, nada como também encher a barriga dos estrangeiros e dizer umas coisas “divertidas” e urbanas à mesa do jantar.
O Presidente Marcelo, um homem que vive perseguido pelos seus índices de popularidade, anda triste e enfadado com as últimas coisas que lhe aconteceram.
A pior de todas, e que tem sido mote para pancada em cima de pancada no coitado do homem, foi a chatice de ter tido uma cunha pedida por um filho de 50 anos que vive no Brasil.
Foi só para um tratamento de 4 milhões de euros para duas crianças brasileiras e nada mais foi feito do que colocar o seu gabinete ao serviço da cunha, ligando para secretárias de membros do governo socialista e agendar consultas em cima das dos restantes mortais que lá estavam inscritos e criticar a lentidão da funcionária de Marcelo que trata destes temas (isso disse o filho num email para a casa civil!).
Tudo uma trapalhada. Macelo, o presumido urbano, teve de fazer uma declaração pública a tratar o filho por Dr., a dizer que nada sucedera de diferente neste caso e que o máximo que ocorrera era terem recebido um email lá no gabinete e, como em todos os outros casos, remeteram-no para o governo.
Infelizmente uns “desastrados” de uma Inspeção Geral das Atividades em Saúde concluíram pela ilegalidade do procedimento, depois de feito um inquérito.
Este é o lastro que antecede o jantar de Marcelo com os jornalistas estrangeiros.
Como bom português da capital, que não resiste a uma fanfarronice perante pessoas de fora e para quem um estrangeiro é sempre um ser “superior”, a quem se tira o chapéu e faz vénia, o de Sousa seguiu a regra.
Primeiro, como tinha de resolver a pequenina chatice que lhe ensombrava o ar impoluto que gosta de exibir, lá teve de “matar o filho em direto” dizendo aos tais jornalistas que tinha cortado relações com ele e atirando aquela frase parola que sempre é dita por quem quer lavar as mãos do assunto: “ele é maior e vacinado”!
Depois, também como qualquer português que de fanfarronice em fanfarronice, vai subindo o tom até perder o pé, desatou a explicar a sua visão de “suposto urbano”, um ser que se acha superior e que de deleita a analisar a restante arraia miúda.
Assim, o melhor que encontrou para dizer, como retrato e imagem de Portugal é que o anterior primeiro-ministro António Costa “era lento, era oriental”!
O atual, Luis Montenegro, por se turno “este não é oriental, mas é lento, tem o tempo do país rural, embora urbanizado”.
Ora, este lisboeta centralista, com a vaidade que lhe vai no ego, é incapaz de ser um senhor perante jornalistas estrangeiros e mesmo ocupando o cargo de mais alto magistrado da nação, não foi capaz de manter a compostura e os modos.
Tinha de apoucar os outros, anterior e atual primeiros-ministros, desqualificando-os e chamando de caipira ao atual, pois isso é a forma típica de um alfacinha se exibir, gabarolas e armão perante os estrangeiros, à frente de quem gostam garbosamente de esfrangalhar os reles “tugas”!
Como sempre, no dia seguinte ensaiou uma suposta explicação lógica para o que tinha dito, o que nele é useiro e vezeiro – explicar aos caipiras o que ele disse e eles não entenderam!
Que belo serviço prestou este senhor ao 25 de abril, à liberdade e ao centralismo.
Parabéns, senhor Dr!