Estes números evidenciam a importância das cidades e dos seus governantes se prepararem para os enormes desafios que se lhes irão colocar nos próximos anos, por forma a que as metrópoles sejam projetadas tendo em consideração o impacto ambiental, social e económico, ou seja, sejam sustentáveis ecológica, social e economicamente.
Segundo a definição da União Europeia, uma Smart Citiy (ou "cidade inteligente") é um conjunto de sistemas e de pessoas que interagem de forma inteligente usando energia, materiais, serviços e recursos de forma sustentável de forma a beneficiar os cidadãos e os negócios.
Uma Smart City trabalha de forma integrada com os seus cidadãos com o objetivo de melhorar os vários domínios das cidades (segurança, comunicação, saúde, limpeza, gestão de resíduos sólidos, transportes, educação, iluminação pública e mobilidade, entre outros).
Para isso, uma Smart City recorre à tecnologia e inovação para reduzir o tempo de resposta entre o agente público e o cidadão, melhorar a qualidade de vida dos seus habitantes, aumentar o valor económico gerado naquela comunidade e promover a sustentabilidade ambiental, estimando-se que o investimento no mercado mundial das Smart Cities poderá ascender aos 70 mil milhões de dólares em 2026 e ter um impacto económico na economia da União Europeia de cerca de 1,8 mil milhões de euros até 2030.
A Madeira tem hoje diversas empresas que desenvolvem tecnologias na área das Smart Cities, que incluem Big Data e Analytics, Internet das Coisas Industriais (IIoT), integração de sistemas, robôs autónomos, simulação, nuvem, realidade aumentada, cibersegurança e manufatura aditiva, inteligência artificial e machine learning, as quais apresentam, entre outros, produtos e serviços inovadores nos setores de tratamento de resíduos sólidos, produção de energia, parqueamento, governo eletrónico e análise de dados e produção de informação em tempo real.
Em fevereiro de 2022 foi criado pelo governo português um grupo de trabalho para apresentar uma proposta de estratégia nacional para as cidades inteligentes em Portugal até 2025, que se insere no Plano de Ação para a Transição Digital, e que terá a colaboração entre diferentes áreas governativas e serviços, a nível local, regional e central.
Este plano, em conjugação com o dinamismo do setor empresarial regional, poderá constituir, pois, uma excelente oportunidade para o reforço da região como hub mundial na área tecnológica, bem como para a fixação de recursos humanos altamente qualificado e contribuição para a diversificação da atividade económica na região.