Percorrendo becos, veredas e estradas secundárias, durante as últimas semanas, constatamos que as reivindicações de hoje, nada têm a ver com as reivindicações de há poucos anos. As grandes questões do passado já não são apontadas no presente. Obviamente que não subestimamos as ansiedades atuais, pelo contrário valorizamo-las e queremos sempre resolver. Todavia, hoje temos um concelho mais coeso, mais igual e que se afirma positivamente no contexto regional. Esta realidade é fruto das sábias opções dos calhetenses.
Obrigado, Calhetenses, pela confiança, uma vez mais, depositada em nós. Fica o compromisso que não esmorecemos nem nos acomodamos. Continuamos por aqui, atentos e disponíveis, a criar o futuro! O futuro de uma Calheta mais elevada e coesa socialmente, mais sustentável, numa economia diversificada e culturalmente ambiciosa. Um futuro que fixe mais jovens e dê mais qualidade de vida aos nossos pais e avós. Sabemos para onde queremos ir. E sabemos que há muito ainda para conquistar e melhorar na nossa terra. E porque somos Calheta e somos Madeira, continuaremos a reivindicá-lo nos lugares próprios, a quem de direito, no silêncio lúcido e gritante de quem sabe que o melhor para a sua terra será sempre o melhor para si.
2 - E porque todos somos Madeira, felicito a equipa do documentário "Madeira Profunda" que esta semana teve o seu 12º e último episódio. Citando Saramago, "Somos a memória que temos e a responsabilidade que assumimos. Sem memória não existimos, sem responsabilidade talvez não mereçamos existir." A memória de um povo, os seus lugares, costumes e tradições são o que distingue e dá identidade a esse povo e a essa região. Preservá-la e dá-la a conhecer às gerações vindouras, é preservar essa identidade e garantir a diferença que nos afirma. O Eng. Rocha da Silva assumiu superiormente a responsabilidade de narrar e mostrar o passado que faz com que mereçamos existir no futuro. Fê-lo com a eloquência simples e magistral de quem sente o que diz e sabe para quem o diz. A RTP-M, com visão, demonstrou e justificou que há muito lugar para a produção regional. Basta encontrar os parceiros certos. A Vinco Films, do Saúl Caires, do César Gonçalves e do Xavier Sousa, juntou-lhe a paixão por captar imagens prenhes de emoções com criatividade e perspetivas nunca antes vistas. Soberbos! Juntos deixam um legado documental que nos orgulha, enriquece e garante que a nossa identidade não se apaga. E perdoem-me a inconfidência que me deixa ainda mais feliz: a Vinco Films e o Eng. Rocha da Silva residem na Calheta…
Grato por imortalizarem a Madeira profunda que todos somos um pouco, deixo-vos este singelo tributo. Parabéns!