Quem se recordar ou tiver estudado a “Revolução Cultural” maoísta, na China da segunda metade do século passado e com forte repercussão em todo o planeta, sabe que a posterior e bem conseguida modernização tecnológica e económica desse país, infelizmente ainda hoje sob uma ditadura fascista, só aconteceu quando o “Bando dos Quatro” foi defenestrado sumariamente.
O “Bando dos Quatro” com muitos e importantes seguidores, nomeadamente numa juventude que pagou caro as ilusões, era um quarteto de pessoas que dominavam o já senil Mao Zedong, de seu “nome artístico” Mao-Tse-Tung, responsáveis por terem arrastado a China a uma catástrofe económica, política e social.
Embora, posteriormente, a “abertura” pós- “Revolução Cultural” fosse só dentro do PARTIDO ÚNICO. No País, sem Liberdades democráticas, continuam as perseguições e os assassinatos políticos, a prisão por motivos ideológicos, a suspeição e as denúncias entre as pessoas.
Por cá, apesar das características da presente conjuntura e embora o CDS e o PS, mais a adolescência política da JPP e da Iniciativa Liberal, todos parecerem ter se afastado dos radicalismos nas décadas imediatamente após o 25 de Abril, a verdade é que continuam enfermos das suas habituais faltas de Quadros e das más lideranças inconsequentes e a prazo.
Ainda não se libertaram do repetitivo; cansativamente produzido desde há cinquenta anos!
À boa maneira madeirense, congelaram no umbigo das “capelas” que criaram.
São incapazes de aceitar e de aderir a qualquer desafio frentista e ousado de Mudança. Ou porque metodicamente desconfiam de quem não viva na sua caverna. Ou, se calhar, até porque dar-lhes-ia muito trabalho.
Apostam passivamente no “quanto pior, melhor para nós”, indiferentes ao futuro do restante Povo Madeirense, adorando “brincar às eleições”. Numa visão de, assim, estarem a queimar o Poder “em lume brando”. E, tal como D. Sebastião numa manhã de nevoeiro, o desgaste deste Poder, sem trabalho, pôr-lhes a governação nas mãos, mesmo sem saberem o que fazer depois.
Esta Oposição, ainda por cima, olha a extrema-direita e os comunistas como mera floricultura.
Não os combate, nem se precavêm E alegram-se com tal gente. Nunca perceberam que, caso algum regime totalitário tragicamente ocupasse o Poder, seriam extirpados como quaisquer outros.
Para confirmar as minhas convicções, esta Oposição nem em momentos de crises difíceis, como agora, consegue ser acreditada como alternativa, porque basta ao Povo Madeirense ver e ouvir a sensaboria vazia das respectivas declarações. Mas reconheço excepções, tal como na Maioria Relativa regional.
Recuso especulativas “teorias da conspiração” sobre o quê, e porquê dentro ou fora da Madeira, paga semelhante “establishment” ruim.
E maior prova da nulidade semi-centenária da Oposição local (e não só Desta...) é o facto indesmentível de, hoje, o contraditório político na Região Autónoma, decorre no interior do que é o PSD, entre a tendência “renovação” e os autonomistas sociais-democratas.
Em todo o mundo democrático e civilizado, é admitido o Direito de Tendência, no interior dos Partidos políticos.
Claro que não são necessárias Tendências quando um Partido se encontra total e absolutamente identificado, no seu interior, quer quanto à Ideologia, quer quanto às políticas desenvolvidas em função dos objectivos definidos de maneira inequívoca, quer quanto à Direção e liderança partidárias.
Por outro lado, não se verificando Tendências, há sempre a obrigatoriedade do pluralismo interno.
Mas a maior ou menor Unidade de um Partido depende sempre da competência para liderar.
Um líder une. Não desune.
Muito menos desune para vinganças ou para proteção de servidores medíocres.
Na História das Democracias, é inequívoco. Existam, ou não, Tendências num Partido político, os bons resultados morrem a pouco e pouco quando não recomposta, nem solidificada a Unidade interna.
É falso uma “maioria absoluta”, obtida democraticamente, ser “inconveniente”. Tretas! Vê-se...
Nem as leis podem permitir aos agentes de Justiça (?) ultrapassar o Princípio da Separação de Poderes, o que hoje se faz com a maior “lata”, com base em covardes denúncias anónimas, descaradas e impunes.
Nem a praça pública pode julgar qualquer pessoa em matérias que cabe aos Tribunais julgar.
Como, num Partido, os seus Militantes não poderem perder situações, porventura irrepetíveis, a tempo de RECUPERÁ-LO.
E, sem mais reticências, porque já não há pachorra.
Cá, não é Política, com “P” grande, uns fingirem “trabalho” com inócuas repetições burguesas, incoerentes e incompetentes sobre a “pobreza”. Outros proclamarem números e recordes que não chegam aos bolsos da população não subsidiada, nomeadamente à hostilizada Classe Média. Enquanto estão a ser instalados “modelos” de desenvolvimento e de dependência, comprovadamente errados porque inadequados à realidade madeirense e destruindo uma QUALIDADE DE VIDA que era causa de Alegria para os Madeirenses e Cartaz lá fora.
TANTO DESERTO, NUMA TERRA TÃO VERDE!