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Artigo de Opinião

14/12/2024 08:00

Dr. Paulo e Mr. Cafôfo

O desnorte do partido socialista é o verdadeiro responsável pela crise política que novamente se instalou na Madeira. Na incapacidade de se afirmarem como o partido referência na oposição ao PSD vão atrás dos ímpetos e dos caprichos de outros, que convenientemente querem culpar pela crise política e instabilidade governativa. Essa inabilidade e falta de capacidade para se assumirem como alternativa credível tem um rosto, o de Paulo Cafôfo.

Numa versão local do conto do Dr. Jekyll e Mr. Hyde, Paulo Cafôfo tem a sua personalidade dividida, ora apresentando-se como o político responsável ora como o populista inveterado.

Dr. Paulo estava sentado à mesa quando foi apresentado o requerimento de adiamento da moção de censura ao Governo Regional e sentado à mesma mesa, votou favoravelmente a esse adiamento. A justificação parecia verosímil, queria discutir o orçamento regional. Ora o que era válido a essa hora, umas horas depois expirou e não só levou o seu partido a abster-se na votação em plenário do adiamento da discussão da moção, como passou a rotular o novo orçamento de “mais do mesmo” sem conhecer o seu teor. Mr. Cafôfo não apresentou qualquer proposta ao orçamento e tão pouco se dignou a discuti-lo.

O socialista com a personalidade dividida, deambula pelos corredores escuros da política mesquinha e pelos órgãos de comunicação social, ora anunciando coligações ora afirmando que não tinha qualquer entendimento, nem noivado e tão pouco casamento com os restantes partidos. Os pretendidos que nem sonhavam estar de boda marcada apressaram-se a negar qualquer intenção de se juntar, deixando novamente o PS abandonado no altar.

O cadastro do líder do PS poderá explicar o sucedido. Para isso, voltemos ao ano de 2013 e aos tempos da Mudança. Dr. Paulo, à altura independente, foi o cabeça de lista de uma coligação fofinha que reunia seis partidos. Nem um ano após as eleições, despiu o vereador do urbanismo dos seus poderes e competências, o que despoletou uma série de demissões na sua vereação, às quais se juntou a da presidente da Assembleia Municipal do Funchal, indicada pelo PS. De uma assentada, Mr. Cafôfo limpou dois partidos, o PND e o PTP, e deixou BE, MPT e PAN amedrontados e no limbo da eliminação. Em 2017, voltou a concorrer nos mesmos moldes, independente, mas de namoro assumido com o PS e coligado com cinco partidos, onde se contava novamente o BE, que não aprendeu a lição à primeira e os estreantes JPP, o PDR e o Nós, Cidadãos, todos debaixo da bandeira da candidatura “Confiança”. A tal “confiança” durou pouco tempo e com o mandato autárquico ainda a meio, decide abandonar os parceiros de coligação para tentar o saque falhado à presidência do Governo Regional da Madeira.

Também será bom recordar o desastre infligido à cidade do Funchal durante a sua gestão. Se por um lado, Dr. Paulo jurava a cada prestação de contas que as finanças da autarquia estavam saudáveis, Mr. Cafôfo tornava a Frente Mar Funchal numa agência de emprego para boys socialistas. E se por um lado, os complexos balneares batiam recordes de entradas, por outro lado a degradação financeira agudizava-se, acumulando prejuízos ano após ano, ao ponto de a quererem declarar como morta. Embora o Dr. Paulo rasgasse as vestes a falar de honra e meritocracia, o Mr. Cafôfo prometeu e nomeou para o cargo de administrador único da empresa SOCIOHABITA um representante desses partidos, contra o parecer da CReSAP que apontava para a falta de formação e qualificação para o cargo. Sem vergonha nem pejo, a promessa seguiu, culminando mais à frente com a sua demissão e uma indemnização choruda paga por todos os funchalenses. Hoje, o Dr. Paulo chora pelos bombeiros, mas esquece-se o que Mr. Cafôfo e o seu partido fizeram de forma jocosa e vergonhosa quando deram o edifício do quartel dos Bombeiros Sapadores do Funchal como garantia para o pagamento do buraco de 33 milhões de euros, reflexo da dívida acumulada ao longo de oito anos de governação socialista à ARM, colocando o quartel em risco de ser penhorado e deixar os bombeiros sem casa.

Os exemplos são vários e estão à vista de todos. Seja com o Dr. Paulo ou com o Mr. Cafôfo já todos percebemos que dali, nem bons ventos, nem bons casamentos.

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