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Artigo de Opinião

21/05/2024 08:00

Preferia estar a escrever sobre as eleições deste próximo domingo. Preferia escrever sobre a situação aberrante que se passa a Assembleia da República, onde o racismo e a xenofobia tiveram carta branca. Ou ainda, sobre como não é problemático sermos a região de Portugal com o maior risco de pobreza, tudo assuntos mais animados que aquele que trago ao leitor nesta terça-feira.

Volvidas trinta e quatro jornadas de pontapé na bola, na segunda divisão maior do futebol nacional, o Club Sport Marítimo, ou como está inscrito na Liga Portuguesa de Futebol Profissional, o Marítimo da Madeira Futebol SAD, falhou em toda a linha os objetivos para esta época futebolística. Por vezes os adversários são claramente superiores, outras é incompetência pura, e como resumo microcosmo desta temporada desastrada, tivemos a trigésima quarta jornada.

Académico de Viseu x Marítimo, um jogo em que os verde-rubros precisavam de ganhar e esperar que o AVS, mais um clube travestido do futebol português, não vencesse. Mas recuemos uns dias antes da partida, para as lesões que atiraram para o estaleiro Borukov e Bernardo Gomes, ambos tinham tido, até então, uma influência positiva na equipa com golos nas reviravoltas das jornadas anteriores, duas baixas, numa época marcada por muitas lesões, na gíria é normal dizermos que a pré-época é para prevenir as lesões da época, mas neste caso Borukov, chegou em janeiro, logo a desculpa da pré-época é inválida. Voltemos à partida em que os maritimistas entraram já a perder, não só pelas lesões, mas porque aos quatro minutos os visitados já tinham inaugurado o marcador. Depois de muita inconsequência, e falta de fio de jogo, ou sequer de uma ideia de jogo, Xadas, o gordo, fez aquilo que nós, maritimistas, estamos habituados, tirou um “coelho da cartola” e fez, o chamado, golão do meio da rua - aqui continuamos na senda do que a temporada trouxe, a equipa dos golos do mês, sempre com golos bonitos para disfarçar a falta de ideia de jogo de uma formação ligada aos rasgos de genialidade das individualidades, seja de Xadas, Euller, Lucas, Platiny. Chegávamos intervalo com um empate, que em nada interessava às hostes verde-rubras, do outro lado da telefonia o AVS fazia aquilo que interessava ao Marítimo, estava a perder. Com o reatamento da partida, o leão do almirante continuava com as garras na manicure, mas num lance caído do céu lá conseguiu o golo que o colocava, provisoriamente, no play-off de acesso à primeira liga. Não irei comentar as alterações feitas, mas podemos dizer que os homens que equipavam com umas camisas parecidas às do Marítimo aguardavam calmamente pelo fim da partida. Só que no futebol há, sempre, uma outra equipa e que de um momento para o outro viu-se com o golo na cabeça, e aos 83 minutos, o balde água fria, o empate, que coincidiu com o toque do despertador. Até ao fim é certo que houve oportunidades para marcar, mas o que fica é que a incompetência geral que foi patente ao longo desta época. E com o apito final do árbitro o sonho do regresso aos grandes palcos esfumou-se. Mas a série de jogos sem perder aumentou para quinze, como se isso servisse de alguma coisa.

O que se passa com o Marítimo é algo crónico, que vem há anos a agravar-se, à falta de fio de jogo, junta-se a falta de identidade. A culpa, de mais uma época desastrosa, irá morrer solteira, ou melhor será dos outros.

P.S: Uma agressão é sempre condenável, mas agravasse quando é o presidente do clube a agredir um adepto, a que se junta o péssimo pedido de desculpas com a justificação “há muito que anda nos jogos a proferir palavras ofensivas para com esta direção”. Para ser presidente do Marítimo é preciso ter estofo, para representar o Marítimo é preciso ter sentido de responsabilidade durante 24 horas, que estamos a representar milhares de adeptos/sócios/simpatizantes a que se junta uma Região. O que se passou no aeroporto aquando da chegada da equipa é, simplesmente, VERGONHOSO.

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