No Canadá, o meu filho de 6 anos (fará 7 no final de janeiro) foi vacinado no dia 6 de dezembro (faz 3 semanas), tendo sido tudo muito normal, tanto no processo de decisão parental, como na aceitação da própria criança. À data, mais de metade dos seus coleguinhas de turma (está no 1.º ano) estavam já vacinados, e só o facto de ter tomado a vacina da gripe a 17 de novembro (aqui muito comum a sua administração a crianças) nos fez aguardar duas semanas, pois em crianças a recomendação é aguardar 14 dias entre a administração de outras vacinas e a da covid-19. Assim fizemos. Faltou à escola nesse dia para comparecer no centro de vacinação, mas no dia seguinte foi tudo muito normal, escola e depois prática de Taekwondo ao final do dia. Irá tomar a segunda dose 8 semanas após a toma da primeira.
No Canadá, a vacina da Pfizer-BioNTech (Comirnaty) foi autorizada a 19 de novembro pela "Health Canada" (departamento do Governo do Canadá) para uso em crianças dos 5 aos 11 anos de idade. Esta aprovação, teve a recomendação do "National Advisory Committee on Immunization" (um comité científico externo e independente de avaliação e recomendação para as questões relativas à imunização). O Canadá foi o segundo país a nível mundial a aprovar a versão pediátrica da vacina da Pfizer-BioNTech (Comirnaty) para as crianças dos 5 aos 11 anos de idade, logo a seguir aos Estados Unidos.
Ora, 5 semanas após a sua aprovação, o Canadá apresenta atualmente uma taxa de vacinação de 39.51% nas crianças dos 5 aos 11 anos (1 milhão, 137 mil, 403 crianças). A título de exemplo, na cidade de Toronto nos primeiros 3 dias após a aprovação da vacina, mais de 6 mil e 100 crianças entre 5 e os 11 anos foram vacinadas contra a covid-19, sendo este um dado representativo da massiva adesão dos pais, escolas e respectivas comunidades (profundamente distintas e multiculturais). Já na capital em Otava, os dados disponíveis sugerem igualmente uma grande adesão com cerca de 37 mil crianças entre os 5 e os 11 anos já vacinadas com a primeira dose.
Com o surgimento da nova variante Ómicron, pese embora a decisão de vacinar as crianças entre 5 e os 11 anos ser pessoal/parental, esta deverá ser encarada por todos os pais tendo por base os critérios científicos e as orientações das autoridades regionais de saúde.
Pese embora as crianças terem menos probabilidade de ter sintomas severos da covid-19, estas podem ainda assim vir a adoecer por covid-19, ficar infetados e estarem assintomáticos, propagar o vírus para outros familiares, colegas e restante comunidade, bem como poder vir a ter efeitos de longo prazo, caso sejam infetados. Em casos raros, podem mesmo ter complicações graves, a chamada Síndrome Inflamatória Multissistémica em crianças (MIS-C).
Face a isto, confio na eficácia das vacinas pediátricas da Pfizer-BioNTech (Comirnaty) para as crianças dos 5 aos 11 anos, aconselhando todos os pais a ponderarem a administração das mesmas às vossas crianças, no seguimento das orientações das autoridades regionais de saúde.
* Universidade de Windsor, Canadá