“À procura da enguia europeia criticamente ameaçada nas ilhas oceânicas: Um estudo pioneiro nos sistemas de água doce da Madeira, Macaronésia” é o nome do trabalho de investigação científica agora publicado sobre aquele que é o único peixe nativo de água doce na Região da Macaronésia, a enguia Europeia Anguilla anguilla.
A espécie estudada ao longo dos últimos anos está mundialmente ameaçada, segundo a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), sendo conhecida na região também como eiró ou iró.
Este primeiro estudo sobre a espécie no arquipélago, importante para a conservação da espécie na região, foi liderado por investigadores do MARE-Madeira/ARDITI em parceria com colegas do MARE-FCUL (Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa), da Universidade de Oxford (Reino Unido) e de outras instituições. Foram capturadas e logo libertadas 376 enguias em três épocas de amostragem, mas o número não permite saber se existem muitos ou poucos animais na região, uma vez que não há qualquer registo de números anteriores para servir de comparação.
O documento serve agora para futuros estudos, tendo este incidido sobre as áreas que o peixe ocupa e os fatores ambientais que podiam influenciar a ocupação de habitats ao longo das ribeiras. Um dos resultados do estudo foi verificar que a enguia está presente nas ilhas da Madeira e do Porto Santo e que a espécie pode não ocupar todo o habitat disponível na principal ilha do arquipélago possivelmente devido à topografia acidentada e aos açudes construídos ao longo das ribeiras.
Por esse facto, os cientistas referem que são necessários mais estudos para aprofundar a ligação entre estas estruturas e a migração das enguias nesses canais de água.”