O Juntos pelo Povo (JPP) escolheu esta sexta-feira o concelho de São Vicente para assinalar simbolicamente o início do seu papel de “maior força da oposição” na Região. A estrutura, que o partido designa como “torre de vigia”, marca, segundo Élvio Sousa, o cumprimento da promessa feita na noite eleitoral, quando afirmou que “a vontade soberana do povo quis que fosse o PSD a Governar e o JPP a vigiar”.
“Estamos hoje em São Vicente para diversos contactos e anunciar que, a pedido da população, a primeira ‘torre de vigia’ que o JPP se propõe erigir será, hoje, aqui”, destacou o secretário-geral do partido, durante a ação política.
A iniciativa surge num momento em que o JPP reivindica um crescimento sustentado e uma maior presença territorial. “O JPP é cada vez mais um partido de todos os madeirenses e porto-santenses”, defende Élvio Sousa. “Um partido autonómico, capacitado para a construção de um governo alternativo, sem, porém, deixar de parte o seu capital de experiência e de fiscalização apertada.”
O líder do partido reiterou o compromisso de manter uma oposição “construtiva e responsável”, mas reforçou o tom crítico ao apontar suspeitas sobre o funcionamento do executivo municipal de São Vicente. “Está na hora de passar a pente-fino um conjunto de procedimentos que cheira a ‘esturro’ por parte do executivo municipal”, denunciou. “Levantam-se suspeitas de negociatas e de negócios pouco claros. A ‘torre de vigia’ erguida em S. Vicente vai estar atenta a eventuais situações de tráfico de influências, gestão danosa, enriquecimento ilícito.”
Entre os casos que o partido promete investigar, destaca-se uma hasta pública para a venda das antigas casas dos magistrados no concelho. “O procedimento que agora vamos estar atentos reside num procedimento de hasta pública para venda das casas dos antigos magistrados de São Vicente, património do município, e por um valor de apenas 355 mil euros”, referiu Élvio Sousa, apontando ainda para outras situações, como as grutas e os armazéns locais.
“Além de outras situações que passaremos a investigar, como é o caso das grutas e dos armazéns, esta operação de venda dos prédios municipais poderá estar envolta em negociatas que, porventura, lesarão os cofres municipais em milhares de euros. A ‘torre de vigia’ vai fiscalizar, com unhas e dentes, o que o executivo desta câmara municipal de São Vicente está a fazer com o dinheiro dos cidadãos”, garantiu.