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Malvasia cândida, cuscuz e peixe gata da Madeira entram no Inventário Internacional dos Produtos Tradicionais em Risco – Arca do Gosto

Data de publicação
03 Novembro 2024
14:24

Os pedidos de inscrição da malvasia cândida, do cuscuz e do peixe gata na Arca do Gosto foram aprovados esta quinta-feira pela Fundação Slow Food. Esta organização internacional, fundada na Itália em 1986, tem por missão proteger os ingredientes e preparações culinárias, bem como as técnicas de cultivo e de processamento herdadas do passado. A sua ação estende-se, a montante, à salvaguarda das espécies vegetais e animais e, a jusante, das identidades culturais alicerçadas nas tradições culinárias e gastronómicas locais. Inscreve-se numa lógica de sustentabilidade ecológica, social e cultural, capaz de potenciar o bem-estar das comunidades portadoras destas heranças.

“A inscrição na Arca do Gosto é o primeiro passo para iniciar programas que visam a salvaguarda de produtos em risco, como é o caso da casta malvasia cândida, do cuscuz e do peixe-gata. Após um rigoroso processo de avaliação, a Slow Food oficializou as três primeiras nomeações a representar a Região Autónoma da Madeira neste inventário global. Criado há 22 anos, conta hoje com mais de 5000 produtos oriundos de 150 países, 576 dos quais já foram alvo de medidas concretas, visando travar o seu desaparecimento”, refere a Universidade da Madeira, em comunicado.

“O pedido de inscrição foi submetido no mês de julho pela Universidade da Madeira, no quadro da preparação da candidatura do vinho Madeira a Património Imaterial da Humanidade, no caso da malvasia cândida. Esta é uma das castas usadas tradicionalmente para a sua feitura, sendo hoje quase sempre substituída pela malvasia de São Jorge. Esta ação inscreve-se numa estratégia holística que o Grupo de Trabalho da Candidatura tem vindo a desenvolver, no quadro do projeto científico apoiado pela Reitoria, a Escola Superior de Tecnologias e Gestão da UMa e o Centro de Investigação, Desenvolvimento e Inovação em Turismo – polo da Madeira”, explica.

“Este projeto visa a preservação das heranças agroalimentares e das paisagens rurais da Região Autónoma da Madeira, através de uma aproximação entre o setor primário e um turismo responsável e sustentável, na modalidade de Slow Turismo, focado na valorização e fruição das tradições enogastronómicas do arquipélago. A criação de uma rede de parceiros internacionais, necessária para garantir o seu sucesso, vai ser discutida no Encontro “Food heritage / Rural Landscape / Sustainable Development”. Este terá lugar de 10 a 12 de novembro, nos concelhos da Calheta, de Câmara de Lobos e da Ribeira Brava. No dia 11 de novembro, os trabalhos serão realizados no Funchal, estando prevista uma sessão aberta ao público no Colégio dos Jesuítas, entre as 15h00 e as 17h30. A entrada é gratuita, sem necessidade de inscrição”, remata.

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