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Pedro Calado apenas será ouvido amanhã

Data de publicação
29 Janeiro 2024
11:25

Pedro Calado, presidente da Câmara Municipal do Funchal, apenas deverá ser ouvido amanhã, terça-feira, em tribunal, na sequência da megaoperação que ‘tomou conta’ da Madeira na passada quarta-feira, devido à suspeitas de corrupção e de favorecimento a grupos económicos.

Conforme esclareceu o seu advogado, Paulo Sá e Cunha, à chegada ao Campus da Justiça, em Lisboa, o autarca funchalense demissionário será o último dos três detidos no âmbito desta investigação a ser ouvido no interrogatório que agora principia, após ter sido adiado pela segunda vez no passado sábado, e que poderá prolongar-se por vários dias.

Hoje começa a ser ouvido Custódio Correia, a partir das 14 horas. Depois seguir-se-á Avelino Farinha. Todavia, as medidas de coação apenas serão conhecidas após os três arguidos terem sido interrogados por um juiz.

Paulo Sá e Cunha mais avançou que a renúncia ao cargo de presidente da CMF por parte de Pedro Calado não se tratou de uma decisão estratégica relacionada com o processo que agora se vê envolvido.

De acordo com a CNN Portugal, os três detidos já partiram das instalações da Polícia Judiciária rumo ao Campus de Justiça.

Recorde-se que em causa estão suspeitas de corrupção, ativa e passiva, participação económica em negócio, prevaricação, recebimento ou oferta indevidos de vantagem, abuso de poder e tráfico de influência.

Na sequência destas suspeições, foram executadas 130 buscas domiciliárias e não domiciliárias, em diversos concelhos da Madeira, mormente Funchal, Câmara de Lobos, Machico e Ribeira Brava, na Grande Lisboa, em Braga, Porto, Paredes, Aguiar da Beira e ainda em Ponta Delgada.

De destacar que nesta operação policial participaram um número recorde de elementos, mais concretamente dois juízes de Instrução Criminal, seis magistrados do Ministério Público e seis elementos do Núcleo de Assessoria Técnica da Procuradoria-Geral da República, bem como 270 investigadores criminais e peritos da PJ. Dispositivo que já foi criticado por diferentes personalidades, incluindo Cunha Rodrigues e José Souto Moura, magistrados que lideraram a Procuradoria-Geral da República entre 1984 e 2006.

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