O Presidente do Governo Regional da Madeira vai estar presente na sessão de abertura da reunião do CLIMAREST, no próximo dia 10 de Janeiro, no Hotel Meliá Madeira Mare.
O projeto "CLIMAREST: Ferramentas de Resiliência Climática Costeira e Restauração Marinha para a bacia do Atlântico Ártico", com mais de 8 milhões de euros previstos, arrancou a 1 de Dezembro e terá a primeira reunião do consórcio nos dias 10 e 11 de Janeiro, naquela unidade hoteleira da Madeira.
Financiado ao abrigo do programa HORIZON-EUROPE, o projeto CLIMAREST pretende apresentar uma metodologia holística e uniformizada que seja suficientemente flexível para apresentar soluções aplicáveis a diversos habitats em perigo: desde fiordes ameaçados pelas alterações climáticas no Ártico até fundos rochosos com algas no arquipélago da Madeira, ameaçados pelo desenvolvimento costeiro, poluição e pelo crescimento descontrolado de populações de ouriços marinhos.
A Agência Regional para o Desenvolvimento da Investigação, Tecnologia e Inovação (ARDITI) gere neste projeto CLIMAREST dez por cento do orçamento total. Os cerca de 800 mil euros permitem à equipa do MARE-Madeira trabalhar no desenvolvimento de soluções de restauração de habitats costeiros, bem como tirar partido de novas ferramentas digitais, como as aplicações móveis e a realidade virtual para avaliar a percepção da sua importância pela sociedade em geral.
O novo projeto Europeu pretende estudar, testar e optimizar métodos e ferramentas para a restauração de habitats marinhos. Composto por 16 parceiros de Portugal, Itália, Espanha, Islândia, França, Noruega e Dinamarca, o consórcio reúne peritos de diversas áreas, desde a ecologia marinha à economia azul, que terão como missão desenvolver um kit de ferramentas abrangente que permita definir e implementar práticas de restauração e reabilitação adequadas a diferentes habitats marinhos.
Um dos desafios do CLIMAREST será integrar informação científica e dados relativos à ecologia de diferentes habitats e dados relativos às múltiplas pressões antropogénicas e naturais com informação recolhida junto de parceiros relevantes de forma a considerar serviços ecossistémicos, associados à economia local, valores sociais e culturais de diferentes regiões geográficas. No total, o projeto terá cinco locais de demonstração, com diferentes cenários de habitats sob pressão ou ameaça que o consórcio irá utilizar para o desenvolvimento de um conjunto de ferramentas de avaliação comum que permita apresentar soluções específicas que contribuam para a restauração dos habitats selecionados. Adicionalmente o projeto irá testar as diferentes soluções e otimizar metodologias e técnicas que visem restaurar os diferentes habitats selecionados e mitigar os impactos das atividades humanas e das alterações climáticas.
Com duração de três anos, o projeto CLIMAREST irá procurar soluções de restauração aplicáveis a fiordes Árticos na Noruega, recifes de ostras em França, pradarias marinhas na Irlanda, fundos arenosos afetados por aquacultura em Espanha e substratos rochosos com perda de algas na Madeira. Após uma fase de desenvolvimento e optimização, as soluções e metodologias de restauração serão replicadas noutros locais geográficos com habitats semelhantes.
Em Portugal, a investigação, desenvolvimento metodológico e optimização de esforços de restauração de fundos rochosos dominados por macroalgas, em tempos presentes nas zonas costeiras da Madeira, serão liderados pelo MARE-Madeira, a Unidade Regional de Investigação do Centro de Ciências do Mar e Ambiente, e alojado na Agência Regional para o Desenvolvimento da Investigação, Tecnologia e Inovação (ARDITI). A equipa de investigação conta com biólogos, ecólogos, cientistas de computação e engenheiros que irão trabalhar no terreno e com stakeholders relevantes, como os centros de mergulho, empresas marítimo-turísticas e pescadores, para avaliar a importância e valor de diferentes habitats rochosos na ilha e para testar formas de reduzir as pressões e promover o aumento da diversidade e abundância de macroalgas.