Em reação ao noticiado na edição impressa de hoje do seu JM, a Câmara Municipal de Santa Cruz acusou, hoje, o social-democrata Brício Araújo de “golpe de teatro falso”, considerando que o parlamentar “perdeu o palco que tinha em Santa Cruz” e “corre o risco de cair na lista dos esquecidos para o lugar que pretende em Lisboa”.
Recorde-se que em causa está a machete desta sexta-feira do seu JM que dá conta de que os vereadores do PSD na Câmara de Santa Cruz pediram há um ano e meio um conjunto de informações sobre os gastos da autarquia, mas até agora os documentos não lhes foram entregues.
Os documentos requeridos pelo PSD em maio de 2022 são relativos aos procedimentos de contratação de serviços jurídicos, ajustes diretos e critérios de escolha de entidades convidadas pela Câmara a participar em consultas prévias, bem como informações relativas a processos judiciais que, segundo Brício Araújo, “nunca foram facultados”, nem mesmo depois das insistências realizadas.
Foi com indignação que a edilidade reagiu a estas afirmações, atirando que o parlamentar social-democrata “apesar de ter renunciado ao mandato, lembrou-se de pedir os documentos da contratação de advogados da Câmara Municipal de Santa Cruz”.
“Percebemos o drama do Dr. Brício Araújo que, por razões ainda não confessadas, atirou ao lixo o mandato que o povo lhe deu, e surgiu, uns tempos depois, a manifestar a sua disponibilidade para ser candidato a deputado à Assembleia da República. Esqueceu-se foi que perdeu o palco que tinha em Santa Cruz e agora corre o risco de cair na lista dos esquecidos para o lugar que pretende em Lisboa”, pode ler-se no comunicado emitido pela autarquia.
No que à documentação referida diz respeito, a Câmara Municipal de Santa Cruz reitera que o PSD “já foi informado, por várias vezes, de que toda a documentação da referida contratação consta das propostas levadas à reunião de Câmara e também está na plataforma pública de contratação”.
“Diz o ex-vereador que quer saber pormenores. Acontece que não existem pormenores além dos que constam nos documentos que o Dr. Brício já tem de quando era vereador nesta autarquia. O tempo dos pormenores e dos contratos a advogados do PSD pela calada da noite terminou em 2013”, atirou ainda o órgão liderado por Filipe Sousa, que considera que “este esquema duvidoso só pode ser uma tentativa desesperada de ser colocar em bicos de pés para ver se alguém ainda se lembra de o colocar em lugar elegível para a República”.
“É este tipo de gente que usa a política para seu proveito e vez de para proveito de todos. A mesma gente que chumba orçamentos municipais com investimentos e medidas sociais importantes, e depois anda neste circo dos papéis, até mesmo quando são papéis que já têm há muito tempo e que são públicos”, rematou.