O Presidente da Assembleia Legislativa da Madeira congratulou-se, hoje, com o trabalho das confrarias, que têm contribuído para a valorização da gastronomia e da cultura.
Durante a cerimónia do "Grande Capítulo 2021 da Confraria Enogastronómica da Madeira" (CEM), realizada no Salão Nobre do Parlamento madeirense, José Manuel Rodrigues saudou a ação que "as confrarias desempenham na proteção, certificação e prestígio dos produtos das vossas terras e das gastronomias das suas gentes, já que são essas singularidades e essas diversidades que constituem as nossas melhores riquezas, e que dão corpo às nossas culturas"-
Perante cerca de uma centena de confrades portugueses e estrangeiros, José Manuel Rodrigues vincou que "a vossa presença na Madeira é uma honra e um estímulo para que se continue este trabalho de recuperar, salvaguardar e valorizar o que é nosso, isto é, a nossa identidade enquanto povo".
O presidente do Parlamento madeirense disse esperar que neste encontro de quatro dias os confrades "possam usufruir da hospitalidade do nosso povo, do caráter festivo dos nossos concidadãos, dos produtos de excelência das nossas terras, do saboroso peixe dos nossos mares, da suculência das nossas espetadas, do doce único dos nossos frutos subtropicais e do rico bolo de mel da nossa Festa".
Lembrando que "neste Salão Nobre da Assembleia, outrora Sala do Despacho da Alfândega do Funchal, passaram as preciosas exportações do açúcar e do vinho da Madeira, dois produtos que marcam a História deste arquipélago", José Manuel Rodrigues destacou também a importância do arquipélago, na época das descobertas, como "plataforma para a Expansão do nosso país num movimento que alguns historiadores hoje classificam de primeira globalização" e recordou que "durante alguns anos, o Funchal foi, 'de nomine', a maior Diocese do Mundo, com jurisdição nas novas terras que os portugueses iam achando e colonizando, e este facto diz muito sobre a importância da Madeira no encontro, na colonização, na evangelização e na aculturação de outros povos".
Aos confrades falou da "epopeia monumental que foi a construção de milhares de quilómetros de levadas, para transportar água do norte da ilha para irrigar os campos agrícolas e férteis do Sul que já deveriam ter sido classificadas como património da Humanidade". E referiu-se ainda à "obra heroica que foi a construção dos poios e dos socalcos, quais terraços à beira dos precipícios sobre o Atlântico, que marca a paisagem rural humanizada da ilha, onde se cultivam as hortícolas, as bananas, as uvas e as flores que enriquecem e ornamentam as nossas mesas, da mais modesta casa à mais rica quinta madeirense".
"Nós somos produto deste caminho de 600 anos, e a nossa Confraria Enogastronómica procura ser a instituição que mantém vivo e valorizado este património imaterial único, que nos distingue, nos diferencia de outras povos e que é uma mais valia cultural e económica inestimável.
São as raízes; é a nossa memória e a nossa identidade que devemos sempre conservar e enaltecer", afirmou.
"Como confrade, testemunho esse trabalho empenhado e contínuo que a Confraria da Madeira tem desenvolvido, desde sempre, na valorização da nossa culinária e dos seus produtos e, também, na divulgação de outras gastronomias de regiões aqui representadas", concluiu.
Redação