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Ucrânia: Ex-presidente dos EUA Bill Clinton pede apoio da comunidade internacional

Data de publicação
12 Março 2024
17:58

O ex-presidente norte-americano Bill Clinton pediu hoje à comunidade internacional que apoie a Ucrânia na luta pela liberdade e lamentou o “fracasso”, que assumiu, ao tentar fazer do líder russo Vladimir Putin um aliado durante o seu mandato (1993/2001).

“Temos de estar com a Ucrânia enquanto a Ucrânia continuar a lutar”, afirmou Clinton na capital checa, Praga, que acolheu hoje uma conferência subordinada ao tema “Não Se Pode Tomar a Segurança Como Garantida”, para assinalar o 25.º aniversário da adesão da República Checa à Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO).

Clinton, 77 anos, e o antigo secretário-geral da Aliança Atlântica George Robertson, ambos testemunhas do primeiro alargamento da organização a Leste, em 1999, recordaram esse marco com o primeiro-ministro checo, Petr Fiala, e outros políticos, diplomatas e académicos presentes no evento.

“Não me arrependo de um minuto que passei a tentar trazer a Rússia para uma parceria connosco e todos sabemos que falhei”, disse Clinton, mencionando a parceria NATO-Rússia, que dava a Moscovo um voto nos assuntos internos da Aliança Atlântica e a oferta de operações conjuntas durante as guerras na Bósnia e no Kosovo.

“Lamento não ter conseguido levar Putin até onde estavam os seus antecessores, mas fiz tudo o que podia”, disse Clinton, lembrando a relação mantida com Boris Yeltsin, antecessor do atual chefe de Estado russo, com quem se encontrou em 13 ocasiões.

Clinton saudou também a entrada da Finlândia e da Suécia na NATO, afirmando que ambos os países irão reforçar as “capacidades defensivas” da Aliança.

O ex-presidente dos Estados Unidos recebeu hoje a segunda mais alta condecoração checa, a insígnia Tomas Garrigue Masaryk, pelos “méritos no desenvolvimento democrático e na estabilidade da Europa Central e Oriental”, tal como mencionou o chefe de Estado da República Checa, Petr Pavel, durante uma cerimónia oficial.

Pavel atribuiu a condecoração a Bill Clinton por ocasião do 25.º aniversário da adesão do país da Europa Central à NATO, que ocorreu em simultâneo com a Polónia e a Hungria, três antigos países da órbita da ex-União Soviética, um marco histórico que ocorreu a 12 de março de 1999.

“Estamos convencidos de que a adesão à NATO foi um grande sucesso, e continua a ser, e foi uma oportunidade que aproveitámos”, disse Pavel sobre o bloco militar que celebra o 75.º aniversário.

O líder checo reconheceu o “debate fundamental” que então ocorreu na sociedade local.

“Não foi uma escolha fácil, porque a expansão da NATO não era vista como o único caminho a seguir”, afirmou Pavel, que recordou a visão do antigo líder da Casa Branca (presidência norte-americana), “que não temia que a Rússia regressasse ao comunismo, mas que pudesse deslizar para o nacionalismo e para a concretização da sua ambição imperialista”.

“Infelizmente, hoje apercebemo-nos da veracidade das suas palavras”, afirmou Pavel, aludindo à invasão russa da Ucrânia (em fevereiro de 2022) e da “anexação ilegal” da península ucraniana da Crimeia (em 2014).

Durante a cerimónia, que decorreu no Castelo de Praga, sede do Estado checo, Pavel acrescentou esperar que os sucessores de Clinton tenham em conta as aspirações destes países da Europa de Leste, que decidiram juntar o seu destino ao bloco ocidental.

“Esperamos que esta condecoração seja uma ocasião para acentuar as nossas esperanças de que os seus sucessores vejam a importância da NATO e da ligação transatlântica”, disse Pavel, que há alguns dias expressou os seus receios face a uma hipotética vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais norte-americanas de novembro e as potenciais implicações na unidade ocidental contra a agressão russa na Ucrânia.

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