A proposta da concessionária de fornecimento de energia elétrica ESKOM, para aumentar os preços da eletricidade em mais de 36% já em 2025, 12 % em 2026 e no ano seguinte mais 9%, pode espoletar uma agitação social generalizada, alertou a Comissão Sul Africana dos Direitos Humanos (SAHRC) fazendo ecoar um sentimento de apreensão ao Departamento de Eletricidade e Energia.
O ministro da Eletricidade, Kgosientsho Ramokgopa, disse na passada terça-feira dia 1 de outubro que o governo estava a procurar intervir no requerimento da ESKOM e está confiante sobre as ações que serão tomadas antes de o regulador de energia (NERSA) tomar uma decisão sobre este assunto até final do ano corrente.
Ramokgopa sublinhou, anteriormente, que o aumento se revelou inequivocamente “insustentável” para a maioria da população do país onde está incluída a classe média.
De facto, a África do Sul aproxima-se de uma situação em que a classe média-baixa - e até mesmo os servidores públicos - não têm capacidade para pagar os custos da eletricidade neste país, afirmou o ministro.
Os aumentos exorbitantes dos preços representam um problema em termos de segurança a nível nacional “porque as pessoas simplesmente não vão ficar de braços cruzados”.
É uma questão de acessibilidade; com o tempo, se este assunto não for solucionado, constituirá um problema em termos de segurança nacional, disse o ministro.
Por seu lado o presidente SAHRC, Chris Nisen, acrescentou aos avisos de que estão a ser lançados, sublinhando que este tipo de questões são faíscas na comunidade que potenciam o desencadear de agitação social.
Especialistas já apontaram que os preços da eletricidade afetam, especialmente, os mais vulneráveis e são questões altamente sensíveis muitas vezes conducentes à agitação social com graves consequências.
Ramokgopa, ministro da Eletricidade, por sua vez, insiste que o aumento proposto de 36% não será aprovado pelo Governo. Estou confiante de que este não será o número que iremos observar.
Como é do conhecimento geral, os preços atualmente praticados são elevados e se os preços exacerbados propostos forem introduzidos muito em breve terão um efeito desproporcional na redução da produção que agravarão os desafios presentes da economia sul africana constituindo assim um fator indutor de inflação e o inevitável amortecimento do crescimento tão necessário quão desejado.