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Embaixador português na Argentina apela a mais apoio da Secretaria de Estado das Comunidades

Data de publicação
04 Maio 2024
10:24

O embaixador de Portugal na Argentina, José Ludovice, apelou hoje a mais apoio da Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas para fazer face ao aumento desta comunidade no país, grande parte devido aos judeus sefarditas que pediram nacionalidade portuguesa.

“Vamos manter essa presença e reforçá-la. Precisamos de mais apoio da Secretaria de Estado das Comunidades”, disse o embaixador.

Numa conversa com jornalistas, à margem da cerimónia, José Ludovice explicou que o seu apelo se prende com o facto de nos últimos anos “o atendimento a grandes comunidades se ter tornado mais intenso”.

“Além da comunidade portuguesa, há os judeus sefarditas que adquiriram nacionalidade portuguesa. A Argentina tem a segunda maior comunidade de judeus do continente americano, a seguir aos Estados Unidos”, e um passaporte português é uma porta aberta para a Europa, assinalou.

O aumento de pedidos nos serviços da secção consular obrigou a um redimensionamento em novas frentes, o que exige um “importante reforço dos meios consulares e da oferta”.

Sobre os reforços necessários, o embaixador esclareceu que se refere a funcionários consulares, para aumentar a capacidade de resposta.

“Mas estamos confiantes de que vamos ter um foco de atenção na comunidade argentina”, afirmou.

O embaixador participou hoje, juntamente com o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, e o vereador da Cultura daquela autarquia, Diogo Moura, numa visita à Casa de Portugal, em Buenos Aires.

Na ocasião, o presidente da Casa de Portugal, Alejandro Viegas, alertou para a importância de se “manter a portugalidade” na geração de descendentes da vaga de emigração portuguesa entre os anos 1950 e 1970.

Corroborando essa ideia, José Ludovice acrescentou que, mesmo sabendo que a emigração cessou a certo momento, há todo o interesse em “manter esses laços”.

Na Argentina estima-se que existam mais de 200 mil descendentes de portugueses, indicou o embaixador, referindo que a Casa de Portugal tem à volta de 30 mil inscritos.

A Casa de Portugal tem 106 anos de existência e conta com uma biblioteca, que faz 83 anos no dia 30 de novembro, compreendendo uma coleção de livros de autores portugueses, como José Saramago, Luís de Camões, Fernando Pessoa, Camilo Castelo Branco, Júlio Diniz, António Aleixo entre outros.

Segundo a bibliotecária, Delia Maria Martins, descendente de emigrantes algarvios – a maioria dos emigrantes portugueses na Argentina eram do Algarve -, todos os livros foram doados por portugueses, pela necessidade de terem livros na sua língua e pelo espírito colaborativo, para partilhar.

Aberta a sócios e não sócios, a biblioteca foi há dois anos declarada de interesse cultural, acrescentou.

O clube conta ainda com um ginásio, que é também aberto a não sócios, um restaurante, uma sala de atos, um salão de festas e espetáculos, e um pátio de inspiração algarvia.

Durante a visita, Carlos Moedas (PSD) lembrou ter sido ele próprio emigrante e que, por ter vivido 15 anos fora do país, entende “o que vai na alma dos que estão longe”.

Maria Paula Viegas, de 39 anos, uma das sócias da Casa de Portugal e sobrinha do presidente, destacou a importância do clube para manter laços com as origens e perpetuar a memória da família.

Neta de emigrantes – lisboetas da parte do pai e algarvios da parte da mãe -, Paula Viegas mantém ali recordações de brincadeiras com os irmãos e contacto com a gastronomia e música portuguesa.

O seu trabalho na Casa de Portugal é também uma forma de homenagear e “continuar a descendência dos avós”, pessoas muito pobres que trabalharam arduamente para construir ali uma vida.

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