O exército israelita revelou hoje novos ataques e operações na Faixa de Gaza por terra, mar e ar contra alegados alvos do grupo Hamas, após 205 dias de ofensiva militar que criaram condições de vida “atrozes” para a população.
Os caças do exército israelita atacaram e “desmantelaram com precisão os locais de lançamento prontos a disparar contra o território israelita”, refere um comunicado do exército, acrescentando que as forças armadas continuam a operar no centro de Gaza.
“Nas últimas horas, caças e outros aviões atacaram dezenas de alvos terroristas, incluindo infraestruturas terroristas, locais de lançamento, terroristas armados e postos de observação”, refere o comunicado militar, sublinhando que a marinha israelita se juntou a estes ataques com “apoio de fogo” e assistência às forças terrestres.
Desde o início da guerra, em 07 de outubro, mais de 34.300 palestinianos foram mortos, na sua maioria crianças e mulheres, na ofensiva implacável de Israel, na qual morreram 260 soldados israelitas.
Sem desvendar mais pormenores ou locais, o exército diz que os aviões mataram “vários” combatentes suspeitos perto das tropas e que os aviões e a artilharia mataram outro grupo de combatentes que operavam no centro da Faixa de Gaza.
Para o Gabinete de Coordenação dos Assuntos Humanitários da ONU (OCHA), estes contínuos “bombardeamentos israelitas a partir do ar, terra e do mar em vastas zonas da Faixa de Gaza” estão a resultar em “mais vítimas civis, deslocações e destruição de casas e outras infraestruturas civis”.
O porta-voz do Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, descreveu esta semana as condições de vida em Gaza como “terríveis” e alertou para o facto de se agravarem com a subida das temperaturas e a crescente dificuldade de acesso a água potável, uma vez que os ataques israelitas provocaram o colapso do sistema de tratamento de água potável.
Estes ataques ocorrem no momento em que o Hamas analisa a última proposta de trégua em Gaza apresentada por Israel, que continua a insistir, apesar das pressões da comunidade internacional, na sua determinação de invadir Rafah, no extremo sul do enclave palestiniano, onde se aglomeram cerca de 200.000 habitantes e 1,2 milhões de pessoas deslocadas.