A ideia de que o bem-estar e a felicidade no trabalho poderão ser alcançados através de “medidas grátis”, foi um dos contributos de uma conferência realizada esta tarde, no Funchal, promovida pela José Pedro Aguiar-Branco Advogados.
Gabriel Leite Mota, economista, doutorado em Economia da Felicidade, e Ramiro Matos, advogado consultor da JPAB, foram os oradores na conferência, moderada pelo jornalista Miguel Guarda, diretor da rádio JMFM.
Segundo explicou o especialista em Economia da Felicidade, aos jornalistas, a ciência tem, nos últimos anos, prestado atenção à felicidade, de uma forma que não fazia anteriormente.
“Esses estudos, têm permitido chegar a resultados que permitem, quer ao nível das políticas de uma nação, de uma região, quer ao nível das organizações, perceber como fazer [no plano económico] para que as coisas aconteçam de forma a termos resultados financeiros”, disse Gabriel Leite Mota.
Perante um quadro de dificuldade de captação e de retenção de recursos humanos, por parte das empresas, o economista defende a necessidade das empresas e organizações chegarem “às emoções das pessoas e fazê-las sentirem-se bem dentro do local de trabalho”.
Para isso, há estratégias que as empresas devem seguir, no sentido de criarem “ambientes favoráveis” e que não precisam de ser muito onerosas. Fala mesmo em “medidas grátis”.
O advogado Ramiro Matos, também ouvido pelos jornalistas, dá como exemplos de boas práticas, no sentido da felicidade dos trabalhadores, dar-lhes folga no dia do aniversário, terem um momento do dia para a prática de exercício ou a obtenção de descontos para os funcionários através de protocolos entre as empresas e prestadores de serviço ou fornecedores de bens.
“Nós vivemos uma realidade, atualmente, sobretudo depois da pandemia, em que as pessoas estão com problemas de nível pessoal, que se refletem no foro psicológico e afetam o trabalho. O facto de as pessoas terem estado mais em casa, começaram a dar valor, também, à conciliação da vida pessoal com a vida profissional”, referiu o consultor.
Ramiro Matos revelou que existem em Portugal três entidades certificadas no sistema de gestão de bem-estar e felicidade organizacional, de acordo com uma norma portuguesa, a NP4590. São elas a empresa ‘Águas de Santarém’, a empresa dos portos de Sines e do Algarve e a Câmara Municipal de Oeiras.