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Israel volta a atacar posições do Hezbollah no Líbano

Data de publicação
22 Janeiro 2024
18:09

O Exército de Israel atacou hoje posições da milícia xiita Hezbollah no Líbano, enquanto as hostilidades continuam na fronteira entre os dois países, e Telavive promete continuar os bombardeamentos até que seja restaurada a segurança da sua população.

“Aviões de guerra israelitas atacaram um posto militar em Maroun Al Ras”, uma cidade no sul do Líbano, afirmou hoje o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, referindo que, “vários terroristas do Hezbollah estavam no interior”.

Após o ataque, “foram registadas numerosas explosões secundárias, indicando a presença de armas no interior da estrutura”, de acordo com um porta-voz militar israelita em comunicado.

As forças israelitas relataram que atacaram três outros postos de observação do Hezbollah e um complexo militar noutras partes do sul do Líbano, nas áreas de Marwahim, Taybeh, Chihine, Tayr Harfa, Kfarkela e Blida.

“A atividade do Hezbollah no sul do rio Litani, no Líbano, incluindo a utilização e armazenamento de armas, é uma clara violação da resolução 1701 do Conselho de Segurança da ONU”, afirmou o Exército israelita, que sublinhou que “continuará a defender as fronteiras de Israel de qualquer ameaça”.

O fogo cruzado entre Israel e o movimento libanês Hezbollah e grupos grupos palestinianos no sul do Líbano é quase diário, desde o início da guerra entre Israel e o Hamas em Gaza, em 07 de outubro, que levou a uma escalada de tensão na região.

O conflito entre Israel e o Hamas conduziu também ao aumento das hostilidades na fronteira entre Líbano e Israel e ao momento mais tenso desde a guerra de 2006 entre o Estado israelita e o Hezbollah.

O grupo xiita tem atacado desde 07 de outubro o território israelita em apoio ao Hamas e à causa palestiniana, embora a escalada da tensão não tenha conduzido a uma guerra aberta, mas Israel continua a avisar que pode intensificar os ataques se a milícia libanesa não se afastar da região fronteiriça.

“Uma guerra no norte será um desafio para Israel, mas devastadora para o Hezbollah e para o Líbano”, alertou hoje o ministro da Defesa israelita numa reunião com o seu homólogo francês, Sébastien Lecornu, que se encontra de visita a Israel.

O Exército de Telavive, acrescentou, “não cessará fogo até que possa garantir o regresso seguro” das dezenas de milhares de residentes israelitas em cidades fronteiriças que tiveram de ser retiradas.

Gallant sublinhou que as autoridades israelitas preferem reduzir o conflito com o Hezbollah “através dos canais diplomáticos”, embora mantenham a “preparação militar” para enfrentar qualquer situação.

“Mesmo que o Hezbollah cesse fogo unilateralmente, Israel não o fará até que possa garantir o regresso seguro das comunidades do Norte às suas casas”, alertou Gallant.

Os mortos na zona fronteiriça israelo-libanesa desde o início das hostilidades na região ascendem a pelo menos 226, entre os quais 18 israelitas - 12 soldados e seis civis - e cerca de 208 pessoas no Líbano, incluindo 20 membros de milícias palestinianas, um soldado, 23 civis, além de membros do Hezbollah.

O mais recente conflito entre Israel e o Hamas foi desencadeado pelo ataque sem precedentes do movimento islamita palestiniano em território israelita, massacrando 1.140 pessoas, na maioria civis, e levando mais de 200 reféns, segundo números oficiais de Telavive.

Em retaliação, Israel, que prometeu eliminar o movimento palestiniano considerado, tal como o Hezbollah, terrorista pela União Europeia e Estados Unidos, lançou uma ofensiva em grande escala na Faixa de Gaza, onde, segundo o governo local, já foram mortas mais de 25.000 pessoas – na maioria mulheres, crianças e adolescentes.

O conflito provocou também cerca de 1,9 milhões de deslocados (cerca de 85% da população), segundo a ONU, mergulhando o enclave palestiniano sobrepovoado e pobre numa grave crise humanitária.

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