Os ministros dos Negócios Estrangeiros do G7, reunidos entre hoje e terça-feira em Itália, vão tentar adotar uma posição comum relativamente ao mandado de captura emitido pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) contra o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu.
“É necessário ter uma posição unívoca sobre a decisão do TPI em relação a Netanyahu. Conversámos e vamos ver se conseguimos ter uma parte da declaração dedicada a este assunto. Estamos a trabalhar para chegar a um acordo e encontrar um texto que nos permita ter essa posição”, declarou hoje à imprensa o chefe da diplomacia italiana, Antonio Tajani, anfitrião da reunião que decorre nas localidades de Fiugi e Anagni, perto de Roma, dado a Itália presidir até ao final do ano ao grupo dos países mais industrializados do mundo.
Tajani, que é também vice-primeiro-ministro na coligação de extrema-direita e direita que atualmente governa Itália, adiantou que a sua posição é a de “respeito” pelo TPI, mas também “absoluta convicção de que as decisões do tribunal devem ser jurídicas e não políticas”, considerando que este mandado de captura contra Netanyahu é “irrealizável” e não contribuiu para aquilo que é urgente: alcançar a paz.
O chefe da diplomacia italiana considerou também “um erro” equiparar quem planeou os ataques terroristas perpetrados pelo movimento islamita palestiniano Hamas a 07 de outubro do ano passado em Israel a um “chefe de governo de um país democrático”.
Na passada quinta-feira, o Tribunal Penal Internacional emitiu mandados de captura para o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, o ex-ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, e o chefe do braço militar do Hamas, Mohammed Deif.
“O tribunal emitiu mandados de captura contra dois indivíduos, o senhor Benjamin Netanyahu e o senhor Yoav Gallant, por crimes contra a humanidade e crimes de guerra cometidos pelo menos desde 08 de outubro de 2023 e até pelo menos 20 de maio de 2024, dia em que o Ministério Público apresentou os pedidos de mandados de detenção”, indicou o TPI em comunicado.
Grande parte da comunidade internacional expressou apoio aos mandados de captura emitidos para o primeiro-ministro israelita e o seu ex-ministro da Defesa por crimes de guerra e contra a humanidade na Palestina – tendo vários países europeus, incluindo Portugal, indicado que vão respeitar o mandado do TPI –, mas de fora, manifestando o seu repúdio, ficaram, entre outros, os Estados Unidos, país que é aliado incondicional de Israel e que não é signatário do Estatuto do TPI.