O secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou hoje que a morte de Yahya Sinouar deve “conduzir a um cessar-fogo imediato, à libertação incondicional de todos os reféns e a um acesso humanitário sem restrições em Gaza”.
Através do seu porta-voz adjunto, Farhan Haq, Guterres esclareceu que “não comenta desenvolvimentos desta natureza”, após ter sido repetidamente questionado sobre a sua avaliação do assassínio de Sinouar, líder do Hamas e considerado o cérebro dos ataques terroristas de 07 de outubro de 2023, os mais graves em território do Estado israelita.
Guterres disse ainda que esta morte pode ser uma boa razão para alcançar o cessar-fogo que tem insistentemente pedido.
O porta-voz recordou que Tor Wennesland, coordenador especial da ONU para o processo de paz no Médio Oriente e, como tal, o seu principal representante no terreno, também reiterou que a morte de Sinouar coloca a guerra de Gaza “num momento crítico”.
“Temos de aproveitar o momento”, disse Wennesland, citado pelo porta-voz, “para silenciar as armas e libertar os reféns”, numa altura em que cerca de 100 pessoas continuam presas em Gaza, sem se saber se vivas ou mortas, e para que “as partes dialoguem e cheguem a um acordo”.
O Hamas lançou em 07 de outubro de 2023 um ataque surpresa contra o sul de Israel com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados, que causou a morte de mais de 1.140 pessoas em Israel, a maioria civis, segundo uma contagem da AFP baseada em números oficiais israelitas.
Cerca de 240 pessoas foram raptadas e levadas para Gaza, segundo as autoridades israelitas. Destas, perto de cem foram libertadas no final de novembro, durante uma trégua em troca de prisioneiros palestinianos, e 132 reféns continuam detidos no território palestiniano, 28 dos quais terão morrido.
Em resposta ao ataque, Israel declarou guerra ao Hamas, movimento que controla a Faixa de Gaza desde 2007 e que é classificado como terrorista pela União Europeia e Estados Unidos, bombardeando várias infraestruturas do grupo na Faixa de Gaza e impôs um cerco total ao território com corte de abastecimento de água, combustível e eletricidade.
A invasão de Israel à Faixa de Gaza matou mais de 42.000 pessoas, entre paramilitares e civis, em mais de um ano.