O primeiro-ministro britânico afirmou hoje estar “profundamente preocupado” com a possível ofensiva israelita em Rafah, no sul de Gaza, e apelou a “todas as partes, em particular o Hamas”, para que aceitem um acordo para libertar os reféns israelitas.
“Sempre disse que estamos profundamente preocupados com a perspetiva de uma incursão militar em Rafah, tendo em conta o número de civis que aí se abrigam e a importância desta passagem para a ajuda humanitária” na Faixa de Gaza, disse Rishi Sunak, aos meios de comunicação britânicos
Em Rafah, no sul da Faixa de Gaza e junto à fronteira com o Egito, estão refugiados cerca de milhão e meio de civis.
“Apresentei estes argumentos em várias ocasiões ao primeiro-ministro [israelita] Benjamin Netanyahu. A prioridade neste momento deve ser que todas as partes, mas em especial o Hamas, cheguem a um acordo para libertar os reféns e permitir a entrada de mais ajuda, no âmbito de uma pausa temporária, que nos permita chegar a um cessar-fogo duradouro”, acrescentou.
“Essa é a melhor forma de acabar com o sofrimento. E é isso que continuo a apelar a todas as partes para que façam”, sublinhou.
O exército israelita ordenou hoje a retirada de cerca de 100 mil habitantes de Rafah face a uma possível ofensiva terrestre na zona.
Desde o início da guerra de Israel em Gaza, a 07 de outubro de 2023, 266 soldados israelitas foram mortos na ofensiva terrestre de sete meses, segundo dados do exército judaico.
Entretanto, mais de 34.600 habitantes de Gaza perderam a vida, mais de 70% dos quais mulheres e crianças, segundo o Ministério da Saúde do enclave, liderado pelo Hamas.
Domingo, segundo o al-Aqsa, canal de televisão do grupo islamita, o Hamas disse ter atacado um posto militar a partir do qual Israel está a organizar os bombardeamentos e a invasão de Rafah.
Na sequência do ataque, o ministro da Defesa israelita, Yoav Gallant, reiterou domingo à noite, num telefonema com o secretário da Defesa norte-americano, Lloyd Austin, a necessidade de “uma ação militar, incluindo na zona de Rafah, na ausência de alternativa”.
“O Hamas continua a perpetrar ataques contra o Estado de Israel e os seus cidadãos, ao mesmo tempo que revela falta de seriedade relativamente aos quadros apresentados para um acordo [de libertação de reféns]”, afirmou Gallant, de acordo com um comunicado divulgado hoje pelo seu gabinete.
Horas depois do grupo islamita palestiniano Hamas ter lançado mísseis da região, Israel retaliou com vários ataques contra a cidade de Rafah, em que terão morrio 16 membros de duas famílias: equipas de resgate disseram à agência de notícias France-Presse (AFP) que os ataques lançados pelas Forças de Defesa de Israel causaram nove mortes na “família Al Attar” e sete na “família Keshta”, no domingo à noite.
A agência de notícias palestiniana Wafa disse que Israel lançou de madrugada ataques contra um total de dez casas em vários bairros de Rafah, causando a morte de pelo menos 21 pessoas, incluindo oito crianças.