O Ministério russo dos Negócios Estrangeiros caracterizou hoje como “ato terrorista bárbaro” o ataque atribuído aos ucranianos na região de Donetsk e que causou pelo menos 25 mortos e 20 feridos, segundo o último balanço.
De acordo com a atualização feita pelo líder da República Popular de Donetsk, responsável pela entidade territorial incorporada na Rússia, Denis Pushilin, na sua conta de Telegram “foram confirmados relatos de 25 mortes e pelo menos outras 20 pessoas ficaram feridas, incluindo duas crianças com gravidade média”.
Por seu lado, Moscovo, através de um comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros, indicou que “o regime neonazi em Kiev, apoiado pelos Estados Unidos e pelos seus satélites, cometeu mais uma vez um ato terrorista bárbaro contra a população civil da Rússia”.
O relatório de vítimas do ataque tem vindo a ser atualizado por responsáveis desta região leste. O anterior balanço referia 18 mortos e 10 feridos.
Denis Pushilin pormenorizou ainda que o ataque foi realizado pela artilharia ucraniana com projéteis de calibre 152 e 155 mm a partir das direções de Kurajovsky e de Krasnogorovsky.
Os serviços de emergência confirmaram existir duas crianças entre os feridos e alertaram que o número de mortos pode aumentar nas últimas horas, uma vez que há muitas vítimas que sofreram ferimentos graves, incluindo “feridas profundas em órgãos vitais e amputações traumáticas de extremidades”.
O ataque a Donetsk ocorre num momento de intensificação dos combates na frente oriental ucraniana, onde as tropas russas registaram alguns progressos nos últimos dias, de acordo com o ‘think tank’ norte-americano Instituto de Estudos de Guerra (ISW, na sigla em inglês).
Kiev ainda não comentou o ataque e segundo a agência Associated Press, ainda não foi possível verificar de forma independente as informações transmitidas.
A Rússia garante que tem liderado ações em todas as frentes, enquanto a Ucrânia declara que mantém uma “defesa ativa” que tem travado os avanços das tropas de Moscovo.
A ofensiva militar russa no território ucraniano, desencadeada em 24 de fevereiro de 2022, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Os aliados ocidentais da Ucrânia têm fornecido armas a Kiev e aprovado sucessivos pacotes de sanções contra interesses russos para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra.