Protestos violentos observados em Moçambique, refletem-se na África do Sul que começa a contar os custos da convulsão política na sua economia.
Centenas de camiões estacionados na fronteira e retidos na África do Sul, a indústria de transporte de mercadorias perdeu aproximadamente cinco biliões devido às movimentações limitadas de exportações e importações a acontecer.
No mercado abastecedor de Joanesburgo (City & Deep) estão dezenas de camiões esperando que os postos de fronteira sejam reabertos para seguirem com os seus carregamentos de vegetais frescos e frutas que estão nos locais de comerciantes madeirenses e não só prontos para entrega e transporte de onde diariamente se abastecem de acordo com que o comerciante madeirense do Curral das Freiras, Alberto Santo disse ao JM esta tarde.
A África do Sul ordenou o encerramento dos seus postos de fronteira com o país vizinho após a reabertura, ontem, quinta-feira enquanto a violência pós-eleitoral se exasperou significativa e perigosamente entre manifestantes e a Polícia da República de Moçambique (PRM).
A Amnistia Internacional indicou que pereceram às balas da PRM pelo menos 20 pessoas e existem centenas de pessoas feridas e um expressivo número de pessoas presas desde o início das manifestações que tiveram início nos últimos dias do mês de outubro para protestar e contestar os resultados eleitorais.
A PRM lançou várias canastas de gás lacrimogénio e abriu fogo após a deterioração da situação de violência onde manifestantes apedrejaram a PRM das janelas e balcões de edifícios de vários prédios das ruas Julius Nyerere e Eduardo Mondlane, bloqueadas com pneus, contentores de lixo, garrafas e lataria contra as forças policiais que não hesitaram responder a tiro e com granadas de gás lacrimogéneo.
A intensidade copiosa de manifestações de protesto com escaramuças entre manifestantes e a PRM e objetos lançados para a via pública transformou as ruas da capital moçambicana irreconhecíveis parecendo mais agora um campo de batalha.