A bomba que explodiu hoje perto de um camião da polícia que escoltava uma equipa sanitária encarregue da vacinação contra a poliomielite no noroeste do Paquistão matou pelo menos seis policias, indicaram as autoridades.
Em causa está um ataque entretanto reivindicado pelo Taleban paquistanês, grupo de talibãs paquistaneses também conhecido por Tehreek-e-Taliban Paquistão (TTP), descreve a agência de notícias AP.
O ataque aconteceu no antigo reduto do Taleban paquistanês de Mamund, na província de Khyber Pakhtunkhwa, na fronteira com o Afeganistão, disse o oficial da polícia Kashif Zulfiquar.
De acordo com a fonte, alguns dos policiais feridos estão em estado crítico a ser acompanhados num hospital governamental.
Zulfiquar acrescentou que a campanha foi interrompida na área onde ocorreu o ataque e que todos os trabalhadores estão seguros.
É expectável que as campanhas continuem em outras partes do país.
As campanhas contra a poliomielite no Paquistão são regularmente marcadas pela violência. Os militantes islâmicos têm frequentemente como alvo as equipas de combate à poliomielite e a polícia designada para os proteger, alegando que as campanhas de vacinação são uma conspiração ocidental para esterilizar crianças.
Num comunicado, os talibãs paquistaneses assumiram a responsabilidade pelo ataque que ocorreu horas depois de as autoridades terem lançado a primeira campanha contra a poliomielite do novo ano.
O Taleban paquistanês é um grupo separado, mas um aliado próximo dos talibãs afegãos que tomaram o poder no Afeganistão em agosto de 2021, quando as tropas dos EUA e da NATO estavam nos estágios finais de sua retirada do país após 20 anos de guerra.
Muitos líderes e combatentes do TTP encontraram refúgios no Afeganistão desde a tomada do poder pelos talibã, o que também encorajou o TTP a realizar mais ataques às forças de segurança no Paquistão.
O Paquistão e o Afeganistão são os únicos países do mundo onde a poliomielite continua endémica.
No ano passado, foram detetados pelo menos seis novos casos de poliomielite no Paquistão, quase todos no noroeste, onde os pais muitas vezes se recusam a vacinar as crianças.
O surto foi um duro golpe nos esforços do país para erradicar a doença, que pode causar paralisia grave em crianças.
Em 2021, o Paquistão notificou apenas um caso, aumentando a esperança de estar perto da erradicação da poliomielite, mas outros casos começaram a ser detetados, apesar dos esforços contra a doença.