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Sargentos da GNR acusam ministro de "profundo desconhecimento" do sistema remuneratório

JM-Madeira

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Data de publicação
10 Novembro 2022
17:01

A Associação Nacional dos Sargentos da Guarda (ANSG) acusou hoje o ministro da Administração Interna de "profundo desconhecimento" do sistema remuneratório, relembrando que a tabela na GNR mantém-se inalterada desde 2009, ao contrário da PSP.

"A ANSG acusa o ministro da Administração Interna de demonstrar um profundo desconhecimento e quiçá uma enorme impreparação política, nomeadamente sobre a forma como se estrutura um sistema remuneratório, propondo-se a desvirtuar a forma crescente e vertical da remuneração, desde a base até ao topo, cuja estruturação retributiva serve para distinguir as funções categoriais, o tempo de serviço e, ainda, o próprio desenvolvimento das carreiras", refere a associação que representa os sargentos da GNR, em comunicado.

A posição da associação dos sargentos da Guarda Nacional Republicana surge após a reunião, que decorrer na quarta-feira à tarde, com o ministro da Administração Interna sobre valorização salarial nas forças de segurança.

A ANSG contesta que "o aumento salarial não seja estendido em toda a linha", considerando que os aumentos propostos pelo Ministério da Administração Interna (MAI), com atribuição de um valor de cerca de 100 euros para os guardas em início de carreira e ao não acompanhar os restantes na mesma proporção, vão "introduzir inaceitáveis inversões hierárquico retributivas e a desestruturação do próprio sistema remuneratório".

"Apenas terão uma valorização justa dos militares com o posto de Guarda, sendo ainda beneficiados os militares de topo da categoria de oficiais, onde os aumentos ascendem também a cerca de 100 euros, resultado do aumento cego de 2%, que os beneficia, alteração que coloca um militar em início de carreira ao nível de um militar com 20 ou mais anos de serviço", precisa quela associação.

Segundo a proposta do MAI, os agentes da PSP e guardas da GNR em início de carreira e com salários brutos até aos 1.163 euros vão ter aumentos no próximo ano na ordem dos 100 euros, que varia entre os 90 e os 107 euros.

Os sargentos da GNR e chefes da PSP, bem como os oficiais das duas forças de segurança, terão aumentos de 52,11 euros em salários brutos até 2.570,82 euros e de 2% nos salários acima desse valor, além do acréscimo no suplemento por serviço e risco, que é pago consoante o vencimento base.

A associação que representa os sargentos da GNR considera também que o MAI "ao não rever em profundidade o sistema remuneratório irá aplicar os aumentos salariais em cima das tabelas remuneratórias já existentes", mantendo os militares desta corporação uma tabela remuneratória que remonta a 2009, "ao contrário do que acontece na PSP, instituição que em 2015 viu o seu sistema remuneratório revisto".

Segundo ANSG, entre a PSP e a GNR há uma diferença de 50 euros entre polícias e militares na mesma patente.

Na PSP estão "a auferir mensalmente mais 50 euros do que os militares da GNR, em cada patente, situação de profunda injustiça desde há sete anos, que perdurará. Verifica-se claramente que os postos de cabo, cabo-chefe, cabo-mor, furriel, 2º sargento e 1º sargento, são os mais expostos a esta erosão salarial", precisa a ANSG, questionando "a cumplicidade e o silêncio do Comando da Guarda".

Numa nota publicada após as reuniões com os sindicatos da PSP e associações socioprofissionais, o MAI referiu que o ministro garantiu que os polícias vão ter "ganhos reais em todos os escalões e níveis remuneratórios mesmo depois de aplicados os descontos para o IRS".

Lusa

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