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Artigo de Opinião

25/04/2023 08:00

Não caro leitor, não estava vivo quando isso aconteceu, aliás muitos de nós não nos recordamos desse dia, uns, como eu, por ainda não estarem neste planeta, outros por ainda serem muito jovens. A realidade é que com o passar dos anos a tendência é o mesmo perder algum significado, pois a causa para esse dia, mais precisamente o de 1974, começa a parecer uma memória deveras distante, é como se a mente começasse a questionar se aquele momento de fato aconteceu, e depois se é que trouxe mudança.

A democracia instalada nesse dia ainda é frágil, mas sempre foi desde do primeiro momento, e continua atualmente, a entidade democrática anda combalida e fragilizada, pois perdemos a memória do que aconteceu em 1974. Nós o povo, à beira-mar plantado, tem memória curta, somos um peixe enfiado num aquário em que não procuramos a exploração no oceano, como aconteceu nos meados do milénio passado, e estamos resignados com o que temos neste aquário.

O aquário sempre lá esteve, é a nossa história, os eventos de 1974 apenas abriram fendas, e não soubemos capitaliza-las, não conseguimos romper com o passado e olharmos o futuro, e hoje sentimos isso.

"O que faz falta é um Salazar", talvez seja a expressão que tem ganho mais tração nos últimos tempos. Mais uma vez não vivi nesses tempos, e agradeço por isso, mas talvez ao contrário de quem profere tais afirmações, li, estudei e compreendi esses tempos, uma obrigação autoimposta de modo a poder conservar a minha liberdade, a minha integridade.

A liberdade tem de ser cuidada e preservada, não pode nunca ser ataca, não podemos entrar em histerismos populistas, que são eles que começam logo por tratar de ferir a mesma, como os talhantes que desferem os golpes para separar a carne do osso, retiram a liberdade do povo.

A liberdade do povo é afetada de várias maneiras, nas obrigações inúteis, nas perseguições intrusivas, no cancelamento cultural. O bastião dos defensores da democracia que são o exemplo mais flagrante nos dias que correm, livros retirados das escolas, tiroteios em massa, perseguições ao género, são coisas que ferem profundamente a liberdade. A liberdade cultural, a liberdade de segurança e a liberdade pessoal.

Em Portugal não estamos tão longe desse abismo, o terceiro partido com maior representação parlamentar ataca a liberdade na casa da democracia portuguesa e consegue passar impune. Enquanto ninguém condena, e quem condena é acusado de atacar a liberdade desse partido. É o maior paradoxo universal e o mais perigoso.

Por cá a liberdade continua a ser uma luta diária, o caso mais problemático é a liberdade dos madeirenses estar a ser comprimida em torno dos interesses económicos, o mais recente exemplo prende-se com um bar, não são aqueles da Rua das Fontes onde o álcool vendido a jovens circula livremente, sem restrições, também não ataca as festas que há em plena cidade do Funchal e que duram até há 1hora da manhã a meio da semana, não, caro leitor, não é esse o ataque à liberdade, esses continuam livres. É o caso do Mini Eco Bar, que cravou o seu nicho na sociedade madeirense ao longo destas últimas décadas e que agora corre o risco de fechar por causa desses interesses económicos. É a liberdade a ser atacada, pelos mesmos, contra os mesmos.

25 de abril sempre, fascismo nunca mais!

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