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Artigo de Opinião

Vice-presidente da ALRAM

3/01/2023 08:00

No que concerne ao ano de 2022, os indicadores demonstram que foi um ano, a vários níveis, absolutamente extraordinário para a nossa Região. Mesmo ainda a braços com uma pandemia, à qual acresce um conflito armado em solo europeu e que ainda hoje perdura, quando atentamos às estatísticas oficiais, vemos que a Madeira se notabilizou em inúmeros aspetos.

A economia regional principiou, no mês de abril, um ciclo de crescimento que se mantém até hoje e que é sinónimo que se conseguiu mitigar os nefastos efeitos da subida generalizada do custo de vida, que advém da invasão da Rússia à Ucrânia. Esperamos que este crescimento se consubstancie, como se tem vindo a verificar, no aumento do nosso Produto Interno Bruto, que em 2019 (ano mais recente com indicadores disponíveis), superou os 5,1 mil milhões de euros, um máximo histórico.

Mas existem outros números que comprovam que estamos no rumo certo. Olhando para o setor empresarial, e segundo a Direção Regional de Estatística, no 3.º trimestre de 2022, foram constituídas 278 sociedades e dissolvidas 180, o que resulta num saldo positivo de 98 sociedades. Outro dado significativo prende-se com o volume de negócios, que aumentou cerca de 44,8%, para os 7,1 mil milhões de euros, enquanto que a nível nacional esse aumento foi de 15,7%.

A boa saúde financeira das empresas madeirenses, que enfrentaram os efeitos da pandemia e da guerra com manifesta resiliência, refletem-se num indicador fundamental para a nossa Região: a taxa de desemprego. No 3º trimestre de 2022, a taxa de desemprego cifrou-se nos 6,2%, um valor inferior em 1,1 pontos percentuais em relação ao trimestre anterior e face ao trimestre homólogo. Coincidentemente, atingimos um recorde, neste mesmo trimestre, de 125,2 mil pessoas empregas na Madeira e Porto Santo.

Ora com estes indicadores, seria de esperar, como se veio a verificar, que as famílias tivessem maior poder de compra. Os dados demonstram que no 3º trimestre do ano passado, existiu um aumento de 17,7%, comparativamente ao período homólogo, em levantamentos e compras através dos terminais de pagamento automático (vulgo multibancos), o que representa 654,5 milhões de euros.

Muitos outros números demonstram que a Madeira está no rumo certo. Mas sabemos que este caminho só se poderá continuar a trilhar com estabilidade governativa, com políticas sociais que protejam os mais vulneráveis, com medidas que estimulem as empresas e que devolvam rendimentos às famílias. Foi esta a receita que nos permitiu chegar até aqui e num ano de 2023 que se adivinha repleto de desafios, será a receita que nos permitirá manter neste rumo.

Lamentavelmente, olhamos para o resto do País, e vemos que são precisamente estes ingredientes que estão a faltar no Governo de António Costa. Com uma maioria absoluta que deveria dar a estabilidade necessária para encetar finalmente, e após 7 longos anos, o prometido, e até agora não concretizado, crescimento económico português. Pelo contrário, o que se assiste é a um empobrecimento generalizado.

Mas estabilidade é algo que não é possível quando em nove 9 já foram demitidos 11 governantes. Quando se sucedem polémicas atrás de polémicas. É o colapso do SNS, com maternidades fechadas, urgências encerradas, uma debandada geral dos profissionais de saúde para o privado. É o novo aeroporto que num dia é no Montijo, noutro em Alcochete, noutro em Beja. É a indeminização de 500 mil euros por parte de uma empresa controlada pelo Estado, a TAP (sim, aquela que António Costa quis reverter a privatização e agora já quer novamente privatizar), sem conhecimento do Ministério da tutela, a uma, agora, ex-secretária de estado, de um, também agora, ex-ministro. São as condições desumanas com que são tratados os migrantes sazonais que vêm para Portugal trabalhar. São os apoios avulsos à população, sem estratégia de fundo e de longo prazo.

São dois polos opostos: de um lado a governação na nossa Região, que garante estabilidade, coesão e desenvolvimento; do outro lado a governação socialista do nosso País, assentes numa disfuncionalidade gritante, em permanente estado de crise, e que fez com que, para Portugal, 2022, fosse um ano desastroso.

São por estas razões que temos de continuar a trabalhar arduamente, em conjunto, para nos mantermos no rumo certo e fazer de 2023, que se espera difícil e com duros desafios que ultrapassaremos com resiliência, um ano repleto de coesão social, saúde para todos e muitas conquistas!

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