Será sempre importante refletir, repensar e inovar - mas sem estragar.
Existem princípios e valores que deverão ser sempre preservados e integrados - nunca substituídos.
Mais do que as próprias correntes inovadoras, a forma (rígida) como muitas vezes são interpretadas e aplicadas, tornam preocupante, algo que é essencial no mundo - a harmonia do desenvolvimento.
Ao contrário do que todos desejamos - a receita para que os nossos filhos cresçam mais frágeis, passará por não fortalece-los. Passará por enfraquece-los.
Se quisermos educar os nossos "adultos do futuro" para a Vulnerabilidade e para a doença, só temos de seguir um caminho - aquele que é o mais rico em valores superficiais e voláteis. É na incoerência (entre o que se diz e se faz), proporcionando compensações imediatas e anulando a responsabilidade e os valores, que se abrem as portas da vulnerabilidade.
Se não os deixarmos aprender a "desejar", pensando "sempre que são muito pequenos", que "não devem esperar", que "não podem frustrar" e que ao serem educados, correm o risco de crescer um pouco "traumatizados" - estaremos sim a promover o desequilíbrio. Educar para a resiliência e empatia, não pode surgir apenas na teoria.
Será que fazer por tornar os nossos filhos em adultos resilientes, mais predispostos à mudança e aos embalos da vida, pessoas fortes e empáticas, com mais capacidade para perceber o lugar do outro, não será o melhor caminho? Sim, sem qualquer duvida.
Como pais, nunca nos poderemos esquecer que os nossos comportamentos, o nosso exemplo (transmitido) serão determinantes na forma como as nossas crianças irão agir e imprimi-los no seu padrão de referência (a utilizar).
Ao empoderá-los a assumir as suas responsabilidades, a falha e o erro, estaremos a fortalece-los, evitando entrarem num registo autocentrado de "cada um por si e todos por si próprio".
Para além da Família e amigos, os professores e educadores são pessoas essenciais no desenvolvimento das crianças e jovens. Dar-lhes o devido valor e mostra-lo aos nossos filhos, com imparcialidade, confiança, trabalhando em equipa em prol de uma causa maior e bem comum, será sempre o melhor caminho.
Uma parentalidade mais responsiva, emocional e responsável, não passará apenas por estudo exaustivo sobre os afetos, ou por cursos intensivos sobre a parentalidade. Passará por sentir a parentalidade, integrá-la de forma coerente e consistente e refletir o posicionamento da Criança, na família e no mundo.
Não queremos que as crianças de hoje se tornem nos Vulneráveis do Futuro.
Mas também sabemos que os pais e as famílias, desejam sempre o melhor para os seus filhos.
Usufruam e façam-nos sentir-se únicos no vosso amor!
Mas não os deixem crescer julgando ser os únicos no mundo.