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Artigo de Opinião

Directora Business Development

21/02/2023 08:00

Algumas protegem-nos, outras escondem a nossa vergonha ou o nosso medo, outras ainda podem ser utilizadas com intuito mais malicioso, de esconder reais intenções, mas o que todas têm em comum é que tapam o nosso verdadeiro Eu.

Algumas são engraçadas, outras satíricas como no Carnaval, certas máscaras até servem para afastar os outros, mas o que todas têm em comum é que tapam o nosso verdadeiro Eu.

Algumas são bonitas, outras são feias, umas até são de vítima, outras são de líder.

São todas diferentes mas o que todas as máscaras têm em comum é que escondem o nosso verdadeiro Eu.

Certas máscaras foram se formando bem cedo na nossa infância, quando os adultos diziam frases como "não te faças de palhaça" ou "quando os porcos bailam adivinham chuva".

Não o fizeram por mal. Inconscientemente reproduziram o que lhes tinha sido dito quando eles também estavam a crescer e a mensagem que ficou foi "a vida é dura, cheia de sacrifícios, tens que ser responsável, não podes estar sempre na brincadeira". E dessa forma transferiram para nós uma mochila pesada e uma máscara de seriedade.

Quando nos diziam "não chores, és tão exagerada, não é caso para isso", iniciámos a formação da máscara neutra, aquela que colocamos para parecer que "está tudo bem", mesmo que muitas vezes não esteja ou tenhamos a vida de cabeça para baixo.

A máscara da "igualdade" ou "normalidade" também é uma máscara muito utilizada, por medo de não sermos aceites. O medo da rejeição é provavelmente um dos maiores medos do Ser Humano e a explicação para isto pode muito bem estar na pré-história.

Quando a nossa espécie surgiu, há milhares de anos atrás, no Paleolítico, os nossos antepassados contactavam a sua vida inteira com um número médio de apenas 10 pessoas. Interessante, não é? Ser rejeitado por este grupo de pessoas colocava em causa a sua sobrevivência. Esta poderá ser uma das justificações científicas para o medo visceral da crítica que é tão frequente na humanidade em geral. Ser excluído, inconscientemente é associado a perder a própria vida e embora hoje isto já não aconteça (na nossa sociedade, pelo menos), de alguma forma esta informação está registada no nosso DNA e condiciona o nosso comportamento atualmente.

Usar a máscara da normalidade é muitas vezes mais seguro do que mostrar as nossas vulnerabilidades e características únicas. Então seguimos, usando as máscaras que escondem as nossas necessidades e as nossas emoções numa tentativa de pertencer e de sermos aceites. Não nos apercebemos de que usando as máscaras, que nos protegem, estas também nos afastam da liberdade de estar na nossa essência.

As máscaras impedem-nos ainda de encontrar as pessoas que nos apreciam tal como somos, porque essas pessoas existem. Só precisamos de ter a coragem de retirar a máscara para nos mostrarmos e conseguirmos realmente ver como olhos de ver (como dizia a minha querida professora da primária) o que a vida sabiamente tem para nos ensinar.

Então, que máscaras escolhes retirar este Carnaval?

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