Nesta altura de verão e férias, nem pagando no privado, o utente consegue uma consulta em determinadas especialidades na Região. Pode ter que esperar até dois meses por uma consulta. Se tentar ir às urgências por causa de algum problema de pele ou ginecológico, frisam que não é algo urgente e que tem de ser visto por um médico especialista. O doente sai com a receita de algum analgésico, pomada ou anti-inflamatório e com a recomendação para se deslocar ao centro de saúde da sua localidade. Ou seja, fica com o problema por resolver... Já que marcar uma consulta com o médico de família pode demorar uns 4 meses e, por conseguinte, esperar por uma consulta de especialidade no hospital público pode levar mais de um ano.
É tudo uma complicação, onde só se perde tempo, saúde e qualidade de vida. Por exemplo, alguém pode explicar porque não pode o médico das urgências encaminhar o utente para uma consulta com o especialista no hospital? Para quê este processo burocrático do médico de família, se o médico nas urgências já identificou a necessidade do utente ser visto por um especialista.
Por falar em burocracias, já alertei por várias vezes sobre a necessidade de se agilizar o processo do reembolso do subsídio de mobilidade, o ideal seria só pagarmos os 86 euros, naturalmente, mas nessa impossibilidade, no mínimo esse processo devia ser informatizado. Agora o residente, ter de enfrentar uma fila interminável nos CTT para depois ter de voltar uma segunda vez, porque falta sempre um documento para obter o seu dinheiro é incompreensível. Isto na TAP e na easyJet, porque na Ryanair, é praticamente uma missão impossível. Eu já escrevi anteriormente sobre as dificuldades burocráticas em levantar o subsídio de mobilidade nos CTT, mas a coisa agora acresce um novo grau de complexidade com a entrada da Ryanair na rota Madeira-Lisboa.
Chegamos ao ponto das agências de viagem se recusarem a reservar bilhetes na Ryanair com receio dos seus clientes não conseguirem levantar o subsídio de mobilidade. Com a TAP ou a easyJet o problema normalmente reside no esquecimento da impressão de algum dos documentos enviados para o email ou a falta do NIF do passageiro na fatura, algo que embora cause algum transtorno acaba por ser facilmente ultrapassado. Mas com a Ryanair é enviado uma fatura sem os dados necessários, sem morada e NIF português e não há reclamação que valha junto ao apoio ao cliente da companhia, os documentos vêm sempre incompletos. Os passageiros esperam e desesperam e muitas vezes ficam a arder com o dinheiro. As queixas e reclamações acumulam-se na defesa do consumidor e na secretaria da tutela. Apesar do Governo Regional e da Ryanair se terem comprometido a resolver a situação, já lá vão 5 meses neste impasse.
No entanto, parece que nenhuma destas questões causam celeuma ou alarme na opinião pública. Desde que hajam megaempreendimentos e túneis megalómanos para anunciar e depois inaugurar. Não há problema. O brilharete fica feito e a reeleição garantida.