Quero falar um pouco sobre a responsabilidade que temos sobre o presente e sobre o futuro! É um tema, pelo qual não deixo de batalhar. Há quem se importe e há quem não se importe com o futuro. Há quem viva apenas no agora sem olhar o que vem depois, mas também há quem tome decisões no presente, vivendo o presente, mas sabendo que as decisões que são tomadas poderão ter impacto no futuro. E não falamos do futuro ao virar da esquina, mas sim daquele que tem impacto nas nossas gerações. A responsabilidade da escolha que cada um faz é exatamente de cada um. A questão é que, olhando ao futuro geracional, a responsabilidade será mesmo de todos nós!
Começando pelos primeiros 1100 dias de um bebé que podem moldar a vida do ser humano, sabiam que são eles que podem influenciar toda uma tendência para um melhor ou pior desenvolvimento e crescimento ou por termos mais ou menos saúde ou mais ou menos imunidade? Sabiam que esses 1100 dias começam na pré-conceção e terminam no segundo ano de vida da criança? Sabiam que esses primeiros dias são cruciais para constituir um correto desenvolvimento de bactérias intestinais, das principais responsáveis pelo bom funcionamento orgânico? E sabiam que todas as pessoas que têm uma proximidade grande com um bebé nesses dias contribuem com bactérias boas ou más para o desenvolvimento dessa microbiota no intestino?
Então, falando de interações do ser humano como ser social e emocional, que papel temos todos nós, em termos de responsabilidade, na saúde e genética dos nossos filhos e gerações futuras?
A responsabilidade tem muito que se lhe diga! Há quem seja responsável, honesto e cumpridor e também há quem não seja, mas que o assume. E depois há quem viva no limbo: aqueles que arranjam desculpas para não assumirem a sua irresponsabilidade; ou aqueles que são pessimistas e nem tentam ser responsáveis! Sendo responsáveis ou não, todos se queixam, faz parte do ser humano. Mas, caramba quem não o quer ser que fique com a sua malassada. Cada um colhe o que plantou… por isso há que assumir, aprender a ver os erros e mudar para melhor, pelo menos tentar.
Mas quando falamos do futuro, todos têm o seu papel! As escolhas da humanidade no que concerne, por exemplo, à alimentação, nomeadamente, produção em massa, produção de alimentos processados, venda e consumo de alimentos açucarados e grande desperdício alimentar, têm impacto na saúde de todos nós, essencialmente impacto na saúde das nossas crianças, os nossos filhos.
E todo este diálogo vem a propósito, porque no dia 15 de fevereiro, assinala-se o Dia Internacional da Criança com Cancro. O cancro é uma doença com grande carga genética, mas também epigenética (moldada pelo ambiente que nos envolve). As escolhas de todos nós podem sim ter um impacto negativo ou positivo no desenvolvimento desta doença, na saúde das nossas crianças. Existem casos de crianças que têm uma excelente alimentação e cuidados com a saúde e mesmo assim desenvolvem a doença! E uma das causas pode ser sim os erros das gerações passadas, erros estes impressos nas nossas células e que viajam de geração em geração! A responsabilidade é de todos nós!
Cada um que coma a sua malassada, mas os sonhos são de todos! Façam escolhas conscientes e responsáveis porque amanhã o infortúnio pode ser seu e a responsabilidade é de todos nós!