A história deste município remonta ao ano de 1550, com o início da colonização desta terra nortenha; com uma capela dedicada a Santa Ana na origem do seu nome, Santana foi elevada a município a 25 de maio de 1835.
Num ano atípico marcado pela COVID-19, a celebração dos 186 anos, fica desde logo maculada pela fraca visão democrática de quem está à frente dos destinos do município, facto que não é justificável apenas e só pela pandemia; numa data solene, o município merece ser comemorado de forma plural, para que todas as entidades representativas do concelho e da região, bem como os cidadãos, contribuam e possam participar de forma cívica, democrática e responsável.
Elevada a cidade no dia 1 de Janeiro de 2001, Santana é a primeira Cidade século XXI; é reserva Mundial da Biosfera conforme declaração da UNESCO, e estende-se por 6 freguesias: São Roque do Faial, Faial, Santana, Ilha, São Jorge e Arco de São Jorge.
Não sou nascida em Santana, mas gosto desta terra e escolhi-a para viver, trabalhar e formar a minha família há 16 anos; aprendi a apreciar as tradições, os usos e costumes, a gastronomia, o modo de vida, e faço questão de passar o mesmo gosto às minhas descendentes.
Santana tem muito potencial e merece ser olhada com outra visão; há várias obras em curso que irão contribuir para a melhoria da qualidade de vida da população que escolhe este concelho para viver, mas há que ser pragmáticos: é necessário mais investimento privado para gerar mais emprego! A emigração tem marcado a vida deste concelho, e urge repensar estratégias, criar condições que facilitem o investimento e principalmente, é necessário desburocratizar os procedimentos.
De acordo com a Direção Regional de Estatística, Santana é o segundo concelho com maior percentagem de idosos na Região Autónoma da Madeira e é o município com a menor percentagem de jovens. Esta situação demográfica exige de todos, uma séria reflexão e uma mudança na mentalidade de todos os decisores e também dos cidadãos. É necessário que o município crie apoios verdadeiramente direcionados às famílias, que apoiem as crianças e jovens, mas que não descurem aqueles que já trabalharam toda a sua vida, os idosos. Esta mudança de paradigma é necessária e urgente para mitigar o despovoamento a que determinadas zonas do concelho estão sujeitas, sob pena de, daqui a 10 anos, existirem zonas desertas, sem nenhum habitante, tornando o território num espaço triste, sem gente, sem vida.
Muitas vezes, o que é necessário é parar e fazer uma reflexão, e este é o momento! É o momento de refletir e de escolher que futuro queremos para o nosso concelho; Santana tem de ser capaz de traçar o seu próprio futuro de uma forma próspera e positiva; afinal, que concelho queremos deixar para as novas gerações? Devemos preservar as memórias, a cultura, as tradições, os usos e costumes que caraterizam o povo Santanense, mas também devemos ser capazes de criar para o futuro um concelho amigo do ambiente, preservado na sua biodiversidade, mas capaz de continuar a dar boas colheitas e bons frutos! Um concelho que fixe investimento, que crie emprego, amigo das famílias, que cuide dos seus cidadãos!
Parabéns Santana!